sábado, 27 de agosto de 2011
Quero Matar Meu Chefe
No mercado de trabalho, é inevitável a pessoa ter um chefe, uma pessoa que é preciso a responsabilidade para equilibrar qualquer tipo de elementos que uma organização precisa. Com toda essa pressão, muitas vezes por causa do estresse, problemas em casa ou por outros motivos acaba sendo um sujeito hierárquico, não facilitando a vida de seu subordinado, deixando-o, por muitos casos, traumatizado até dizer chega.
A comédia Quero Matar Meu Chefe mostram três indivíduos que não estão contentes com as atitudes de seus bosses: Nick (Jason Bateman) é um sujeito esforçado que trabalha no mercado financeiro e tem Dave Harken (Kevin Spacey) como patrão. Este controla as entradas e saídas dele, além de iludi-lo com promessas de promoção. O neurótico Dale (Charlie Day) trabalha como assistente de dentista ao lado de Julia (Jennifer Aniston), uma mulher ninfomaníaca, que persegue e comete assédios com Dale. Já na ponta está Kurt (Jason Sudeikis), o único do trio que aparenta amar seu emprego, até seu chefe bacana falecer e deixar a empresa para seu filho viciado Bobby (Colin Farrell).
Depois de um momento de bebedeira, eles resolveram por uma atitude extrema: colocar fim as vidas de Harken, Julia e Bobby, já que eles não cogitam abandonar seus cargos. Como eles não conseguem cometer o crime sozinhos, eles contratam os serviços de um sujeito (papel de Jamie Foxx) que cometeu um delito envolvendo o filme Neve Sobre os Cedros.
O roteiro escrito à seis mãos não deixa de lado o uso das gags recorrentes em comédias do gênero, mas ele surpreende em colocar algumas situações reais, como na questão do porque o trio protagonista não pensa em largar seus empregos por causa de demissões, dando referência à crise econômica que teve início nos Estados Unidos em 2008. Além de deixar essa referência no ar, ainda consegue surpreender pelas reviravoltas e até prender o espectador em saber até quando o plano mirabolante vai adiante.
Outro elemento acertado de Quero Matar Meu Chefe é a escolha do elenco, começando pelo trio formado por Jason Bateman, Charlie Day e Jason Sudeikis, que mostram uma ótima afinidade, especialmente quando se usa a comédia física. Bateman consegue trazer a Nick simpatia e ser a “cabeça no lugar”, Sudeikis, por sua vez, é prejudicado por seu personagem ser um sujeito promiscuo. Já Day, é um meio-termo e infantil.
Já os chefes do mal são muito bem defendidos por Kevin Spacey, Jennifer Aniston e Colin Farrell, como o psicopata, a tarada e o idiota, respectivamente. Spacey excelente e dando medo, Aniston muito diferente dos papéis de moça frágil que a deixou conhecida e Farrell com uma caricatura bizarra, mas divertida. Além de Jamie Foxx, outro que está esquisito como o consultor de assassinatos.
Com uma premissa que baseado na realidade entre o relacionamento entre patrões e empregados, Quero Matar Meu Chefe é uma diversão descompromissada, com piadas de situações e elenco afinado. È um exemplo de película que só está preocupada em entreter, além de dar de brinde uma mensagem legal no final.
Cotação: 8,0
Quero Matar Meu Chefe (Horrible Bosses, 2011)
Direção: Seth Gordon
Roteiro: Michael Markowitz, John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein
Elenco: Jason Bateman, Kevin Spacey, Charlie Day, Jennifer Aniston, Jason Sudeikis, Colin Farrell, Jamie Foxx, Donald Sutherland, Lindsay Sloane, Julie Bowen, Isaiah Mustafa, Wendell Pierce, Ron White, Ioan Gruffudd.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Enrolados
Baseado no conto Rapunzel dos Irmãos Grimm, Enrolados, animação independente da Disney usa elementos modernos que fogem um pouco da fórmula de “mais um filme de princesa”, mas sem deixar de lado os elementos que são conhecidos do público neste tipo de história, como a bruxa malvada, o amor verdadeiro e o mais famoso felizes para sempre.
Logo no começo da história, somos apresentados a Gothel, uma bruxa que descobre uma espécie de flor mágica, que a faz se tornar jovem e escondia esse dom poderoso. Mas, em um reino próximo, a rainha grávida acaba ficando doente e precisava da tal flor para ser curada. Depois da cura, uma menina loura nasce, mas acaba sendo raptada por Gothel por causa da magia da flor, que permaneceria em suas longas madeixas.
Sendo criada pela bruxa em toda a sua existência e proibida de conhecer o mundo, Rapunzel tenta criar uma rotina de todos os dias, como pintar e pentear seu longo cabelo, claro. Sua “movimentada” vida é alterada quando aparece um sujeito boa-pinta, mas um ladrão atrapalhado chamado Flynn Rider, que para a mocinha será a porta de entrada para as descobertas do mundo que não teve a chance de conhecer em sua vida.
Em toda a projeção, a narrativa de Enrolados é a descoberta, não só das coisas boas e perigosas da vida, mas também da verdadeira identidade de Rapunzel, como nas lanternas coloridas que ela fica encantada para ver pessoalmente, mas na verdade, são soltadas em todos os aniversários da princesa desaparecida, na esperança de ela aparecer um dia.
Mesmo com essas sacadinhas, o filme também abusa do modernismo como o galã (não um principe encantado) que não fica preocupado se o cabelo ficar bagunçado, o camaleão que o pertuba e um cavalo inteligente. As maldades da bruxa, por outro lado, pode incomodar os mais pequenos. Já a trilha sonora do lendário Alan Menken é mais um personagem fundamental que torna Enrolados uma película irresistível.
Com uma técnica de tirar o chapeu, uma belíssima trilha sonora e personagens carismáticos, Enrolados revive as histórias contadas por nossas mães antes de dormir, mesmo que o felizes para sempre está presente, de um jeito ou de outro. E não tem como não se emocionar lembrando de "I See the Light", candidata séria ao hall de canções memoráveis da Disney.
Cotação: 8,5
Enrolados (Tangled, 2010)
Direção: Nathan Greno e Byron Howard
Roteiro: Dan Fogelman, baseado em conto de Jacob e Wilhelm Grimm
Elenco (vozes): Mandy Moore, Zachary Levi, Donna Murphy, Ron Perlman, M.C. Gainey, Jeffrey Tambor, Brad Garrett, Paul F. Tompkins, Richard Kiel, Delaney Rose Stein.
sábado, 13 de agosto de 2011
Um Jantar Para Idiotas
Existem filmes de comédia (especialmente americanos) que retratam a história de um homem comum, com ambições na vida e que acaba tendo uma alteração na rotina por conta de um amor ou amigo novo. Talvez, a última situação está mais presente em Um Jantar Para Idiotas, refilmagem de uma comédia francesa de 1988 chamada Le Dîner de Cons, mesmo que essa questão da amizade demore a engrenar.
Tim (Paul Rudd) é um executivo financeiro que está de olho em uma promoção na companhia em que trabalha e provar para a sua namorada Julie o quão pode ser capaz de realizar seus desejos, já que ela está adiando ter um compromisso sério com ele. Um dia, ao impressionar seu chefe, ele tem a chance de ganhar a tão sonhada promoção quando é convidado para um jantar, em que os participantes devem levar pessoas com costumes bizarros e “idiotas” para caçoar e entregar o prêmio de idiota da noite.
È por uma onda do destino que Tim conhece Barry (Steve Carell), um sujeito que trabalha na receita. Doce, mas bobo e cuja esposa o abandonou por um colega de trabalho, acaba se escondendo em um mundo imaginário através de maquetes com ratinhos como bonequinhos. Com todos esses atributos, Tim vê a chance de conseguir a tão sonhada promoção convidando Barry para esse jantar, mesmo com a reprovação da namorada.
Um Jantar Para Idiotas vai além do que a premissa promete indo fundo em gags do gênero, apesar de que o tal jantar estimule o bullying adulto, fazendo com que perca o interesse em continuar a assistir o filme. Isso por que o personagem Barry, mesmo com suas atrapalhadas, é um doce de pessoa e que não merece passar por esse tipo de humilhação.
O que seria do personagem sem essa doçura e ótimo timing cômico. E Steve Carell consegue isso, além ter uma boa química com seu companheiro Paul Rudd, que também está igualmente simpático no papel de Tim. Além de ambos, o filme traz Zach Galifianakis em uma engraçada aparição como o tal colega de Barry, mas auxiliado sempre por Carell.
Mesmo sendo previsível e aquém do esperado, Um Jantar Para Idiotas possui uma lição legal no final: os verdadeiros idiotas são aqueles que não possuem boas intenções e que zombam de outras pessoas. O sorriso do rosto só acaba aparecendo mesmo nos créditos finais ao som da canção "Dear Laughing Doubters", do cantor e compositor norueguês Sondre Lerche. A letra descreve melhor o lado emocional de pessoas como Barry.
Cotação: 6,0
Um Jantar Para Idiotas (Dinner For Schmucks, 2010)
Direção: Jay Roach
Roteiro: David Guion e Michael Handelman, baseados em roteiro de Francis Veber
Elenco: Steve Carell, Paul Rudd, Zach Galifianakis, Jemaine Clement, Stephanie Szostak, Lucy Punch, Bruce Greenwood, David Walliams, Ron Livingston.
domingo, 7 de agosto de 2011
Soundtrack: Jane Eyre
Sublime é uma palavra que pode descreve a trilha sonora de Jane Eyre, novo trabalho de Dario Marianelli que merece certa atenção. Além do trabalho de composição de Marianelli, se junta à interpretação do violinista britânico Jack Liebeck em um perturbador e melancólico trabalho que consegue ficar na memória por um bom tempo.
O uso do violino aqui é triste, transportando-se ao verdadeiro drama da história, na personagem-título baseada no livro de Charlotte Brontë. Exemplos disso estão em faixas como “Wanderling Jane”, “An Insuperable Impediment” e o sentimento de agonia presente em “Jane’s Escape”.
Jane Eyre também traz combinações entre o violino e piano com “The Call Within” e “A Thorough Education” e até a leveza em “A Game of Badminton” e “Yes!”. Eis um trabalho que lembre outras produções de época, até mesmo outros trabalhos compostos pelo próprio Marianelli como Desejo e Reparação.
Jane Eyre possui uma composição que funciona em qualquer hora, todas em total sintonia, romântica, mesmo sendo triste, mas no sentido de ser bela e tocante. Pode-se considerar no hall de trabalhos notáveis do composer italiano, que já entregou vários trabalhos memoráveis, mesmo em produções pequenas. Já o filme com Mia Wasikowska e Michael Fassbender ainda não possui uma data de estréia no Brasil. Para fazer o download da trilha, clique aqui.
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