sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Goodbye, 2010!


Sempre quando chega o dia 31 de dezembro, sempre relembramos as conquistas e desafios que entraram no caminho, alegrias e tristezas e metas que cumprimos ao prometer no começo do ano, tecnicamente, além de aprendermos com nossos erros. 2010 foi um ano que deixa muitas histórias, ensinando para nós o significado de sonhos ou realidade e até brincando com nossa imaginação.

Gostaria de agradecer a todos que visitaram o blog ao longo do ano, em que sempre está apresentando pessoas que não só amam Cinema, mas também procuram por um espaço para conversar. E que 2011 seja completo, com muitas realizações profissionais e pessoais, saúde e que o Cinema continue introduzindo-nos a muitas histórias, reais ou fantásticas. Mais uma vez, obrigado a todos e a 2010!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

It's a Wonderful Holiday!







Nós, da Apaixonada por Cinema queremos desejar a todos os nossos leitores e amigos um belíssimo Natal, com muita paz, saúde, presentes e muitas histórias para contar.

domingo, 19 de dezembro de 2010

A Rede Social


“Não tinha como saber que aquele garoto com o cabelo enroladinho viraria do avesso todo o conceito de rede de relacionamentos sociais – que um dia aquele garoto que tentava entrar nas primeiras festas da faculdade mudaria mais a vida de Eduardo que qualquer Clube Final.”

A Rede Social é frio, no sentido de que é mais do que mostrar o nascimento do site de relacionamentos Facebook, mas sim com relação das intenções, ambições e atitudes de Mark Zuckerberg, seu fundador antes e até durante as brigas judiciais que enfrentou com relação aos direitos do site, no que levou a um conflito até com pessoas próximas a ele.

Depois que sua namorada resolve colocar um ponto final no relacionamento, Zuckerberg (vivido por Jesse Eisenberg) resolve hackear a rede da universidade, roubando fotos de alunas para fazer comparações físicas, intitulado Facemash. Com isso, acabou chamando a atenção dos gêmeos Tyler e Cameron Winklevoss (interpretados pelo mesmo ator, Armie Hammer) que resolveram chamar Mark para ajudar a criar um site de relacionamentos exclusivo para os estudantes de Harvard. Mas, juntamente com seu melhor amigo brasileiro, Eduardo Saverin (o adorável Andrew Garfield), criam o tal do Facebook, ao mesmo tempo que evitando os gêmeos, que veem o site consolidado, resolvem abrir um processo contra Mark.

Com um tempo e pequenos investimentos, o Facebook acaba sendo expandido fora de Harvard e chama a atenção de Sean Parker (o cantor Justin Timberlake), fundador do Napster, um programa de compartilhamento musical que também protagonizou uma luta jurídica com relação a direitos autorais. Com Parker entrando com participação maior no Facebook, Zuckerberg começa a enfrentar conflitos com seu sócio Eduardo.

O que poderia ser uma produção sobre um das grandes empresas do século atual, mostra-se as intenções que o site foi criado, deixando a parte judicial em flashes, mas sem deixar sua importância. A direção de David Fincher foi fundamental para fazer destes momentos-chave não ficarem monótonos e a segurança que o cineasta tem em dirigir um elenco composto por atores jovens, que defendem bem os seus personagens.

O roteiro de A Rede Social coloca o espectador a explorar conflitos que adolescentes passam com relação a idade e a pressão que faculdade traz e também a aceitação de colegas populares e ser reconhecido não só por aparentar ser um “nerd”. E a trilha sonora composta por Trent Reznor consegue um encaixe perfeito para cada cena, causando um clima frenético e imediato.

A Rede Social corresponde a pessoas ás voltas com a Internet tomando conta da vida cotidiana de cada um e também o objetivo de um simples jovem que virou prodígio, mas por traz dessa empreitada que conectou milhões de pessoas, ele só queria uma coisa: ser aceito.

Cotação: 9,5

A Rede Social (The Social Network, 2010)
Direção: David Fincher
Roteiro: Aaron Sorkin, baseado em livro de Ben Mezrich
Elenco: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake, Armie Hammer, Rooney Mara, Max Minghella, Joseph Mazzello, Rashida Jones.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Destinos Ligados


O título Destinos Ligados, mesmo sendo em comum com algumas produções batizadas com este tipo de nome, ele acabe explicando que o filme tem uma linha narrativa, em que no decorrer da história acabe ligando os envolvidos nela, independente da situação. E aqui, a questão da maternidade é o centro dela.

Na introdução, vemos uma garota de 14 anos que acaba de dar a luz a uma criança, mas teve que entregar a criança para a adoção. Depois de 30 anos, essa mesma moça, Karen (aqui, vivida por Annette Bening, em uma bela atuação), cuida da mãe doente e vive com o arrependimento carregado em sua vida. Na outra parte, temos Elizabeth (Naomi Watts), uma advogada ambiciosa e sedutora que começa um caso com seu novo chefe (papel de Samuel L. Jackson). Já a outra mulher é Lucy (Kerry Washington), que sofre do dilema de não poder engravidar e decide recorrer a adoção.

O cineasta colombiano Rodrigo García já tem uma experiência em histórias paralelas e tocantes, como a série In Treatment e em seu longa-metragem de estreia, Coisas que Você Pode Dizer Só de Olhar para Ela. Em Destinos Ligados, García mostra-se competente na direção de atores e também na criação dos diálogos, apesar da ausência de impactos maiores na narrativa, mas sim trazendo leveza para um tema delicado.

Destinos Ligados conquista pela simplicidade e segurança do elenco e de seu realizador, que sabem bem mostrar em uma produção os sentimentos de mulheres comuns, com seus sonhos e desafios de serem mães e compartilharem para nós e entender bem seus dilemas.

Cotação: 8,5

Destinos Ligados (Mother and Child, 2010)
Direção: Rodrigo García
Roteiro: Rodrigo García
Elenco: Annette Bening, Naomi Watts, Kerry Washington, Samuel L. Jackson, Jimmy Smits, David Morse, David Ramsey, Shareeka Epps, Carla Gallo, Marc Blucas, Cherry Jones, S. Epatha Merkerson, Amy Brenneman.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Soundtrack: Black Swan


Cisne Negro, a mais nova produção de Darren Aronofosky, que mescla o balé clássico com um tom sombrio marca a quinta parceria do diretor com o compositor Clint Mansell, responsável por trilhas como de Réquiem Para um Sonho e O Lutador. Aqui, Mansell teve o desafio de adaptar a composição de O Lago dos Cisnes, do russo Peter Ilyich Tchaikovsky para o contexto do filme.

Aqui, o score apresenta a delicadeza e respeito com a obra original, ao mesmo tempo que consegue criar um tom sombrio para as faixas como "A New Swan Queen", "The Double", "Opposites Attract" (a melhor) e "Night of Terror", que pode ser considerado um mix de Tchaikovsky e do próprio Mansell.

Outras faixas delicadas e até na mudança no toques do piano, de acordo com o clima. Alguns outros destaques são "A Room Of Her Own", "It's My Time", "A Swan Is Born" e "A Swan Song (for Nina)", tema gótico de O Lago dos Cisnes.

Apesar de ter outros bons trabalhos no Cinema, Clint Mansell atinge aqui a sua melhor trilha, causando paixão imediata e até emoções inesperadas. Perfeita! Para fazer o download, clique aqui

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Um Parto de Viagem


Road movie é um gênero que pode funcionar ou não, mas é necessário boas fórmulas para chegar a esse eixo, já que boa parte do filme tem sua história contada na beira da estrada. Filmes como Thelma & Louise e Pequena Miss Sunshine são alguns exemplos. E Um Parto de Viagem é mais uma produção que pode ser considerado nesta lista de estrada.

Robert Downey Jr. é Peter Highman, um arquiteto que está acostumado a constantes viagens de negócios. Ele tem cinco dias para chegar em Los Angeles para acompanhar o nascimento de seu primeiro filho. Ele conhece o aspirante a ator Ethan Tremblay (Zach Galifianakis) e dentro do avião, um contratempo faz com que ambos sejam expulsos do avião e caiam na estrada para chegar a tempo em seus destinos.

O comportamento de ambos é distinto. Enquanto Peter é uma pessoa que tem uma certa facilidade de estresse, Ethan tem as suas excentricidades, mas mostra por trás disso uma certa doçura que são ofuscados pelas trapalhadas que se mete, como no uso de um "remédio" para glaucoma, o principal responsável pelas confusões que o trio (juntamente com o cachorro Sonny) está envolvido.

O filme encontra semelhanças com Se Beber, Não Case!, produção anterior do diretor Todd Phillips, mesmo que aqui as sacadas usadas serem inferiores, sem tirar a graça. Um elemento positivo é a química que os dois protagonistas - e o cachorro, com destaque para Zach Galifianakis, lembrando muito seu personagem que o lançou até nos trejeitos. Já Robert Downey Jr. está bem como Peter, apesar da antipatia que seu personagem possui.

Um Parto de Viagem pode ter uma trama batida, mas no final tem um débito positivo por ser uma produção sem compromissos. Não é uma obra-prima da comédia, mas deixa um sorrisão no rosto e também espanta o mal humor de um dia intenso.

Cotação: 7,0

Um Parto de Viagem (Due Date, 2010)
Direção: Todd Phillips
Roteiro: Alan R. Cohen, Alan Freedland, Adam Sztykiel e Todd Phillips, baseados em história de Alan R. Cohen & Alan Freedland
Elenco: Robert Downey Jr., Zach Galifianakis, Michelle Monaghan, Jamie Foxx, Juliette Lewis, Danny McBride.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Woody Allen: 75 anos em órbita


"As pessoas sempre se enganam em duas coisas sobre mim: pensam que sou um intelectual, porque uso óculos e que sou um artista, porque meus filmes sempre perdem dinheiro."

Em 01 de dezembro, Allan Stewart Konigsberg, ou Woody Allen está ficando mais velho. Mas, isso não é um problema em se tratando de escrever e dirigir filmes, lançando uma nova produção por ano. Apaixonado por Jazz e Nova York, sua cidade natal, é conhecido por colocar em seus roteiros características que servem de influência própria, com personagens neuróticos e pessimistas com o mundo. Ou será frustrações dele próprio com o mundo?

Mesmo com suas histórias passadas em Nova York serem pérolas, Allen andou explorando novos ares, usando a Europa como cartão-postal para suas histórias, mas além de escrever o roteiro de seus próprios filmes, Woody também se aventurou escrevendo livros, como Cuca Fundida e Fora de Órbita, que reúnem crônicas escritas pelo próprio para a revista New Yorker.

Fazer uma lista de filmes favoritos de Woody Allen é uma tarefa meio complicada, mas a cinéfila que vos fala coloca os cinco filmes favoritos do cineasta. Vida longa a Mr. Allen!


5) Match Point - Ponto Final (Match Point, 2005)


4) Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, 1977)


3) Hannah e Suas Irmãs (Hannah and Her Sisters, 1986)


2) A Rosa Púrpura do Cairo (The Purple Rose of Cairo, 1985)


1) Manhattan (Manhattan, 1979)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Minhas Mães e Meu Pai


No simplista Minhas Mães e Meu Pai, é mostrado o dilema de uma família em que duas mulheres formam uma família juntas, com os filhos vivendo as questões típicas da adolescência e, principalmente, em querer saber da verdade sobre a pessoa que ajudou a gerá-las.

Aqui, as duas mulheres, a médica Nic (Annette Bening) e a paisagista Jules (Julianne Moore) são casadas há vinte anos. Cada uma teve um filho concebido artificialmente atráves de uma doação de esperma, os jovens Joni (Mia Wasikowska) e Laser (Josh Hutcherson). Quando Joni está prestes a ir para a faculdade, resolve atender a um pedido de seu irmão em procurar pelo "pai biológico", sem que suas mães saibam. È ai que o caminhos deles cruzam com Paul (papel de Mark Ruffalo).

A intenção da diretora e co-roteirista Lisa Chodolenko em mostrar um casamento homossexual bem-sucedido é boa, até por fugir um pouco da realidade atual que as pessoas passam, desde do preconceito até as dificuldades para adoção e criar um filho num ambiente como esse. Mas, quando o personagem Paul entra na história, Minhas Mães e Meu Pai acabe perdendo um pouco o fôlego pela falta de exploração de conflitos, mesmo transformados em cenas como casos extraconjugais e a entrada do amigo rebelde de Laser, que poderia ter passado batido.

Mas, o filme ganha forma mesmo em seu ótimo elenco, muito bem em sintonia. Annette Bening mostra uma mulher preocupada, mas também sensível com o choque que sua família enfrenta. Julianne Moore aparece bem a vontade com Jules, mostrando um ótimo timing cômico e Mark Ruffalo simpático e confortável como um homem de relacionamentos rápidos. Mas a surpresa fica por conta de Mia Wasikowska e Josh Hutcherson que conseguem dar o recado que seus personagens querem passar.

Minhas Mães e Meu Pai pode ser uma produção que aparenta a falta de ousadia na falta de conflitos com relação a um tema bem presente na atualidade, mas é um bom entretenimento contendo um bom elenco em que todos tem seus momentos brilhantes e introduzir ao espectador que tudo está bem. Pelo menos, é o que todos nós desejamos.

Cotação: 7,0

Minhas Mães e Meu Pai (The Kids Are All Right, 2010)
Direção: Lisa Cholodenko
Roteiro: Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg
Elenco: Annette Benning, Julianne Moore, Mark Ruffalo, Mia Wasikowska, Josh Hutcherson.

sábado, 6 de novembro de 2010

Uma pequena pausa...


Nos últimos dias, o blog sofreu pela falta de tempo da blogueira que vos fala, muito em razão das temporadas de trabalhos e provas escolares. Em razão desse período que começa daqui a alguns dias, o blog ficará ausente. Mas, esperamos retomar nossas atividades e continuar compartilhando ótimas discussões sobre a sétima arte.

Muito obrigada pela visita e compreensão de todos e... arrivederci!

domingo, 31 de outubro de 2010

Tudo Pode Dar Certo


Depois de uma bem sucedida temporada na Europa, onde nasceu filmes como Match Point e Vicky Cristina Barcelona, Woody Allen retorna a Nova York, sua cidade de origem, para rodar um roteiro que ficou por anos guardado na gaveta como enfeite, como disse o próprio. Tudo Pode Dar Certo tem os elementos que conhecemos nos filmes de Allen, e isso é um alívio.

Boris Yellnikoff (Larry David) é um sujeito que foi professor da Universidade de Columbia, quase foi indicado a um Prêmio Nobel de Física e atualmente dá aulas de xadrez para crianças. Há pouco tempo separado, ele mora em uma espelunca que é chamado de apartamento e tem algumas neuras e ataques de pânico, além de se considerar o único capaz de compreender o caos do mundo. Uma noite, ele depara-se com Melody St. Ann Celestine (Evan Rachel Wood), uma garota do interior que fugiu de casa e pede a Boris para ficar uns dias hospedada em sua casa.

Em Tudo Pode Dar Certo, os diálogos são muito bem trabalhados e encaixa-se com piadas com relação a assuntos sociais, como religião, homossexualismo e tendências suicidas, sem cair nas armadilhas presente em alguns filmes. O uso da narrativa, com o personagem Boris falando diretamente com a câmera cria uma intimidade entre público e produção. O elenco tem como destaque as presenças de Larry David, Evan Rachel Wood e Patricia Clarkson, esta última em ótimos momentos.

Tudo Pode Dar Certo é um típico filme de Woody Allen e mesmo que não seja tão sensacional como foi os novaiorquinos Manhattan e Noivo Neurótico, Noiva Nervosa. Mas sarcasmo e o sentimento de frustração visto em outros personagens construídos por Woody estão presentes aqui e oferecer ao Cinema uma neurose apaixonante.

Cotação: 8,5

Tudo Pode Dar Certo (Whatever Works, 2009)
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Larry David, Evan Rachel Wood, Patricia Clarkson, Ed Begley Jr., Michael McKean, Henry Cavill, Conleth Hill, Jessica Hecht, Samantha Bee.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Escritor Fantasma


Poderíamos afirmar que a vida imita a arte. No caso de O Escritor Fantasma, filme recente do diretor Roman Polanski, essa afirmação é visível por ser a produção que o cineasta terminou enquanto estava em prisão domiciliar por um crime cometido em 1978, mas O Escritor Fantasma não merece ser lembrado apenas por isso.

No filme, acompanhamos um "ghost writer" (interpretado por Ewan McGregor), que aceita a proposta para terminar as memórias de Adam Lang (Pierce Brosnan), ex-primeiro ministro britânico que vive em exílio numa ilha, com sua esposa Ruth (Olivia Williams). Em meio a conclusão do manuscrito do livro, o escritor fantasma vê-se em conspirações políticas e até em acusações de torturas à Lang.

O que encontramos no decorrer de O Escritor Fantasma é um quebra-cabeças complexo que leva o espectador interpretar a situação e prender a atenção. Polanski entrega uma direção segura, principalmente nos planos finais, colaborando perfeitamente com o trabalho de fotografia e trilha sonora composta por Alexandre Desplat, assim como o elenco bem sintonizado que também merece créditos.

O Escritor Fantasma é uma boa prova de um thriller bem articulado e complexo, mas também bem filmado. È um filme que desperta discussões, não só pela questão da situação que seu realizador passou, mas sim em transportar esta premissa em tempos atuais, em uma época como a das eleições, por isso mesmo que merece ser assistido.

Cotação: 8,5

O Escritor Fantasma (The Ghost Writer, 2010)
Direção: Roman Polanski
Roteiro: Roman Polanski e Robert Harris, baseado em livro de Robert Harris
Elenco: Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Kim Cattrall, Olivia Williams, Timothy Hutton, Tom Wilkinson, Eli Wallach, James Belushi, Jon Bernthal, Robert Pugh.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ilha do Medo


"O que poderia ser pior? Viver como um monstro ou morrer como um homem bom?"

Ilha do Medo, filme dirigido por Martin Scorsese começa com um clima de incômodo, fazendo com que o espectador entra na pele do protagonista. Mas é uma daquelas produções que é necessário uma segunda vez para uma compreensão total de sua narrativa.

Nos tempos de Guerra Fria, em 1954, os detetives Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) e Chuck Aule (Mark Ruffalo) são levados para o Hospital Psiquiátrico Ashecliffe, localizado na ilha Shutter, Massachusetts, onde investigam o misterioso desaparecimento de uma assassina. Lá, o terrível comportamento e atitudes tanto de outros pacientes quanto dos médicos e Teddy vê lembranças de sua esposa morta voltarem cada vez mais que aprofunda o caso.

Baseado em livro do norte-americano Dennis Lehane, Ilha do Medo traz bem o elemento claustofóbico que a premissa precisa e ganha méritos pela direção ágil de Scorsese, que remete bem a elementos hitchcockianos, assim como a trilha sonora bem executada em belas tomadas. O roteiro tem seus prós, por fazer o espectador criar interpretações da história, mesmo sendo previsível. E a atuação de Leonardo DiCaprio mostra-se intensa e versátil.

Ilha do Medo é uma produção de muitas discussões, pela questão de como a história é conduzida. Um filme que não pode deixar de lado, mesmo sendo "made by Scorsese", é uma premissa que exige certa concentração do espectador para compreender e interpretá-lo. E isso é um belo ponto que o cinema proporciona em nós.

Cotação: 8,0

Ilha do Medo (Shutter Island, 2010)
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Laeta Kalogridis, baseado em livro de Dennis Lehane
Elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Max Von Sydow, Michelle Williams, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley, John Carroll Lynch, Elias Koteas.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Alice no País das Maravilhas


"Sim, você é louco, louquinho. Mas vou lhe contar um segredo: as melhores pessoas são assim!"

O professor inglês Lewis Carroll inspirou-se em um passeio com sua amiga Alice Liddell, de 10 anos, filha do reitor da Igreja Cristã. Depois de contar uma história para Alice e suas irmãs, o livro que deu fama a Carroll nasceu. Além de ter sido lido por nomes como Oscar Wilde e da rainha Vitória, ganhou algumas adaptações cinematográficas como a animação de 1951 e recentemente sob o comando de Tim Burton.

Baseado em País das Maravilhas e na sequência Alice Através do Espelho, mostra Alice Kingsley (Mia Wasikowska, conhecida pelo seriado In Treatment), que na adolescencia ainda tem sonhos estranhos e está prestes a ser pedida em um casamento arranjado. Confusa, ela depara-se com um coelho branco, que faz com que ela volte ao mundo subterrâneo de seus sonhos de infância. Lá, ela reencontra alguns seres liderados pelo Chapeleiro Maluco (Johnny Depp), que lidam com a ira do rainha Vermelha (Helena Bonham Carter, a melhor do elenco).

O que poderia esperar de Alice no País das Maravilhas era toda a essência que Lewis Carroll retratou em sua obra, a maluquice do lugar e a imaginação, que teve graças a parte técnica, como a caracterização de alguns personagens. Outros pontos a favor são os ótimos figurinos e a trilha sonora de Danny Elfman, apesar de repetitiva em alguns momentos. Já a história em si, acaba por enrolar em alguns atos e com excessão de Helena, o elenco não tem muito destaque, mesmo tendo Johnny Depp, Mia Wasikowska, em uma caracterização muito discreta e Anne Hathaway, que não acerta no tom como a Rainha Branca.

Alice no País das Maravilhas é um passatempo digno da intenção que o livro retrata, mesmo com as ressalvas, mas tem a cara de produção assinada por Tim Burton, ou seja, um primor técnico e personagens excêntricos, assim como a imaginação de uma menina que precisa de um último sonho para aprender a crescer.

Cotação: 7,0

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, 2010)
Direção: Tim Burton
Roteiro: Linda Woolverton, baseado em livros de Lewis Carroll
Elenco: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway, Crispin Glover, Stephen Fry, Michael Sheen, Alan Rickman, Timothy Spall, Christopher Lee, Matt Lucas.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A Última Música


A Última Música é mais uma obra escrita pelo romancista norte-americano Nicholas Sparks, responsável por obras melosas que ganharam inúmeras adaptações cinematográficas, como Uma Carta de Amor, Um Amor para Recordar, Diário de uma Paixão, Noites de Tormenta e Querido John. Aqui, vemos os elementos dos trabalhos de Sparks, mas mostrado com monotonia e sem comoção.

Ronnie (Miley Cyrus) é uma adolescente que tinha uma afinidade com a música, chegando até a ser aceita na Julliard School, mas recusou a bolsa. A menina tem um comportamento temperamental depois do divorcio dos pais. Ela e o irmão Jonah (Bobby Coleman) vão passar o verão numa cidade do sul dos EUA, onde mora Steve (Greg Kinnear, a melhor coisa do filme). Lá, Ronnie conhece Will (Liam Hemsworth) e começa um romance com ele, além de conseguir retomar a relação com o pai.

A escolha de Miley Cyrus para o papel principal em A Última Música foi equivocada, ao mesmo tempo fraca, por não conseguir passar emoção e lembrar muito a personagem que a tornou conhecida, Hannah Montana. Além desse fator, o roteiro escrito pelo próprio Sparks abusa dos constantes clichês para dar um clima meio forçado para a emoção, principalmente por vezes deixar de lado a relação em família e focar no romance sem química.

A Última Música é um dos exemplos que Nicholas Sparks preocupa-se mais com a indústria do que a literatura, já que pensa primeiro na adaptação antes mesmo de elaborar uma história. Um novelão, diga-se de passagem.

Cotação: 3,0

A Última Música (The Last Song, 2010)
Direção: Julie Anne Robinson
Roteiro: Nicholas Sparks e Jeff Van Wie, baseado em livro de Nicholas Sparks
Elenco: Miley Cyrus, Greg Kinnear, Bobby Coleman, Liam Hemsworth, Hallock Beals, Kelly Preston, Stephanie Leigh Schlund, Nick Searcy, Kate Vernon, Melissa Ordway, Adam Barnett.

sábado, 2 de outubro de 2010

Abraços Partidos


Em Abraços Partidos, o cineasta espanhol Pedro Almodóvar ainda usa a fórmula conhecida em suas obras, como Fale com Ela e Volver, incluindo referências noir e o uso de cores chamativas para representar a narrativa de sua história. E, aqui, o suspense, o romance e a tragédia estão presentes com uma bela parte técnica.

Mateo Blanco (Lluís Homar), ex-diretor e roteirista cego que passa a adotar o pseudônimo Harry Caine depois de perder sua visão e o amor de sua vida, a atriz aspirante Lena (Penélope Cruz) em um acidente de carro. Ele relembra a época que filmava Garotas e Bolsas, em que Lena era a protagonista e casada com o empresário Ernesto Martel, que desconfiando de traição, tenta impedir a conclusão do filme.

O cinema gira toda a história de Abraços Partidos. È um filme dentro de outro, com citações de outras produções de Almodóvar, como a própria película Garotas e Bolsas. A direção de Pedro tem méritos, apesar de ter algumas sequências meio problemáticas e aparentar um pouco a monotonia. Vale destacar a parte técnica, principalmente a fotografia e a trilha sonora de Alberto Iglesias e também Penélope Cruz, numa atuação notável e naturalmente em sua língua-mãe.

Abraços Partidos pode não ser o melhor que Pedro Almodóvar pode oferecer, mas não pode ser deixado de lado, pela marca e o lado pessoal cinematográfico do cineasta. Longo, sim pela diversidade dos detalhes. Esquecível, não.

Cotação: 8,0

Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos, 2009)
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Penélope Cruz, Lluís Homar, Blanca Portillo, José Luis Gómez, Rubén Ochandiano, Tamar Novas, Lola Dueñas.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A Onda


No excepcional francês Entre os Muros da Escola é mostrado as dificuldades de um professor em poder fazer seu trabalho e conquistar seus alunos. A Onda, uma produção alemã retrata com certa tensidade a relação da influência do educador com jovens através de táticas usadas na época do Nazismo.

Baseado no livro de Todd Strasser retratando uma historia real ocorrido na Califórnia em 1967 e transferido para a Alemanha atual. O professor de temperamento forte Rainer Wenger (Jürgen Vogel, em uma notável atuação) leciona as matérias de educação física e ciências sociais, com este último para aulas de férias envolvendo aulas práticas de autocracia. Para fugir um pouco da teoria, Wenger resolve diferenciar as aulas e propõe a criação de um grupo intitulado "A Onda".

Com o nascimento deste grupo, testemunhamos o envolvimento dos alunos com relação a matéria, além do fortalecimento da união entre eles, também o comportamento e costumes de cada um começou a mudar drasticamente, como criarem um símbolo em formato de pichação e até todos começarem a se vestir de branco.

Em A Onda, a ideologia do nazismo é mostrado com clareza. A influência da matéria em jovens que antes não tinham o mínimo de interesse no assunto, os excluídos conseguiam conquistar amigos, mas não imaginavam como esse tipo de atitude poderia ir mais longe. Um exemplo de mudança drástica é vista no personagem Tim (Frederick Lau).

A Onda é um surpreendente retrato sobre comportamento humano, em que o cérebro é como uma esponja com relação a palavras, manipulação e ações humanos. Jovens ou maduros, todos devem ter cuidado e responsável pelos seus atos, especialmente em sociedade para não causar um duro arrependimento depois.

Cotação: 9,0

A Onda (Die Welle, 2008)
Direção: Dennis Gansel
Roteiro: Dennis Gansel e Peter Thorwarth, baseado em livro de Todd Strasser
Elenco: Jurgen Vogel, Frederick Lau, Max Riemelt, Jennifer Ulrich, Christiane Paul, Jacob Matschenz, Cristina do Rego, Elyas M’Barek, Maximilian Vollmar.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A Partida


A Partida é uma daquelas películas que teriam um destino nada bom se não fosse por sua consagração nas premiações, principalmente com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Mas todo esse reconhecimento não é a toa, porque A Partida é uma produção pequena, mas muito sutil e bela.

O filme acompanha Dalgo (Masahiro Motoki), um violoncelista que acaba se endividando depois de comprar um instrumento caro. Desempregado após sua orquestra ser dissolvida, ele decide voltar até sua cidade natal juntamente com sua esposa, Mika (Ryoko Hirosue). Ele se depara com o anúncio de um emprego que está intitulado "partidas", pensando-se que fosse relacionado a viagens. Depois de candidatar-se no cargo, ele descobre que as viagens tem relação com a morte, ou seja, em negócios funerários.

Em uma produção do Japão, onde o gênero de terror é mais conhecido mundialmente, em A Partida temos uma grata surpresa em ver como usa a sensibilidade em contar sobre seus costumes, o comportamento humano, como na questão da aceitação do novo emprego de Dalgo, principalmente por parte da prestativa esposa que demora a descobrir. Outro destaque da produção é a importância da bela trilha sonora composta por Joe Hisaishi em cenas bem filmadas, como Dalgo expressando-se através de seu violoncelo em um campo.

A Partida é uma daquelas produções que além de apresentar um pouco da cultura japonesa, também toca no sensível e na delicadeza no equilíbrio entre vida e morte, descobertas e reflexão sobre vidas que já foram e valores até sobre nossas vidas. Uma soberba surpresa!

Cotação: 9,5

A Partida (Okuribito, 2008)
Direção: Yojiro Takita
Roteiro: Kundo Koyama
Elenco: Masahiro Motoki, Ryoko Hirosue, Tsutomu Yamazaki, Kazuko Yoshiyuki, Kimiko Yo, Takashi Sasano, Tetta Sugimoto, Tôru Minegishi, Tatsuo Yamada.

domingo, 19 de setembro de 2010

Deixa Ela Entrar


A onda vampiresca está alta atualmente. Exemplos como a Saga Crepúsculo e a série True Blood são mais visíveis. Mas a produção sueca Deixa Ela Entrar diferencia dessas produções mencionadas e até de outros filmes do gênero por tocar no sentimento infantil de amizade e medo, sem soar batido ou piegas.

No surbúrbio de Estocolmo, vive Oskar (Kåre Hedebrant), um solitário garoto de 12 anos que sofre constantemente de bullying por parte de seus colegas e não tem muita afinidade com seus pais divorciados. Em uma certa noite, ele conhece Eli (Lina Leandersson) - sua nova vizinha que vive com o pai - em meio a uma onda de misteriosos crimes ocorrendo em sua cidade.

Aqui já é bastante visível o segredo da menina Eli e de seu pai. Diferentemente de outras produções do gênero, a sutileza está bastante presente, ou seja, trabalha bastante com a dramaticidade, sem deixar o suspense de lado, mas o que conquista é a relação de afeto que inicia entre Oskar e Eli, muito bem representado pelo casal infantil.

Deixa Ela Entrar pode ser considerado uma grata surpresa por se diferenciar dos outros filmes de vampiro, mas sim, como uma produção sobre amizade, sentimentos, afeto e amor entre duas pessoas que estão se encontrando em situações difíceis. Um prato cheio.

Cotação: 9,0

Deixa Ela Entrar (Låt Den Rätte Komma In, 2008)
Direção: Tomas Alfredson
Roteiro: John Ajvide Lindqvist, baseado em livro de sua autoria
Elenco: Kåre Hedebrant, Lina Leandersson, Per Ragnar, Henrik Dahl, Karin Bergquist, Peter Carlberg, Ike Nord, Mikael Rahm.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Brilho de Uma Paixão


"Estrela Cintilante, que eu estava inabalável como tu. Não está em esplendor solitário pendurado no alto da noite." - John Keats

O poeta inglês John Keats ficou órfão novo e formou-se em farmácia. Largou a Medicina depois de descobrir seus dotes para a escrita e publicou uma longa poesia intitulada "Endymion" em 1818, muito criticado. E na época da publicação, ele conhece uma moça chamada Fanny Brawne. E a relação do dois é mostrado pela cineasta neo-zelandesa Jane Campion em Brilho de Uma Paixão.

Keats (Ben Whishaw) e Fanny (Abbie Cornish) eram pessoas distintas: ele ainda tentava o reconhecimento e ela era uma jovem que criava seus próprios vestimentos. Keats morava com o amigo Mr.Brown (Paul Schneider) em cômodos pertencentes a família Brawne. Com o tempo, John e Fanny começaram a ter uma relação cordial que acabou se transformando em uma história de amor.

Apesar de ser baseado na história do poeta, Brilho de Uma Paixão assemelha-se as histórias da escritora Jane Austen por seguir o gênero, principalmente com o cuidado em cada detalhe técnico, principalmente no movimento das cortinas. Podemos dizer que o toque feminino da diretora de O Piano merece elogios, assim como as atuações notáveis de Ben Whishaw, Abbie Cornish e Paul Schneider.

Brilho de Uma Paixão segue a linha dos filmes do gênero: uma bela literatura sendo tratada na tela, com uma parte técnica apurada e também faz com que crie no espectador mais curiosidades sobre o trabalho de John Keats, que virou um dos ícones do Romantismo Inglês. Para admiradores de um bom romance de época, é um prato cheio.

Cotação: 8,5

Brilho de Uma Paixão (Bright Star, 2009)
Direção: Jane Campion
Roteiro: Jane Campion, baseada em biografia de Andrew Motion
Elenco: Abbie Cornish, Ben Whishaw, Paul Schneider, Kerry Fox, Thomas Sangster.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Nine


Inspirado no filme 8 ½, de Frederico Fellini e na peça da Broadway de mesmo nome ganhador de cinco prêmios Tony, Nine era uma produção de grande expectativa, pela questão do elenco e, principalmente, da equipe envolvida que incluia a mesma de outro musical, Chicago. Mas, ao contrário da produção de 2002, a nova investida de Rob Marshall acabou sendo uma produção sem brilho.

Guido Contini (Daniel Day-Lewis, muito sem-graça no papel), um cineasta italiano, está passando por falta de inspiração para sua nova produção. Além desse bloqueio criativo, ele tenta um certo equilíbrio entre as mulheres pertencentes ao seu cotidiano: Luisa (Marion Cotillard, a melhor do elenco), sua esposa; Carla (Penélope Cruz), sua amante; Claudia (Nicole Kidman); sua atriz inspiradora; Lilli (Judi Dench), sua figurinista e confidente e Stephanie (Kate Hudson), que fala sobre seus filmes. E também lembranças de sua mãe (Sophia Loren) e de Saraghina (a cantora Fergie), uma prostituta que conheceu em sua infância.

Um dos primeiros problemas de Nine é seu roteiro, que sucumbe a bagunça e a alegoria, que tentam ser disfarçados com uma parte técnica que tem poucos méritos, como os figurinos. Outro problema é a direção de Rob Marshall, que acaba se preocupando com as coreografias e o glamour e esquecendo da emoção. As canções estão bem interpretadas e bem coreografadas, mas algumas chegam a deixar a projeção meio monótona. Destaque mesmo fica com "My Husband Makes Movies", interpretada com graça pela francesa Marion Cotillard.

Nine tinha tudo para ser um musical contagiante, com o espectador tentando dançar as coreografias, mas acabou sendo uma produção desperdiçando um bom elenco e somente belo visualmente. Uma pena, já que a produção tinha potencial para entrar no hall do gênero.

Cotação: 4,0

Nine (idem, 2009)
Direção: Rob Marshall
Roteiro: Michael Tolkin e Anthony Minghella, baseado em musical de Arthur Kopit e Maury Weston
Elenco: Daniel Day-Lewis, Marion Cotillard, Penélope Cruz, Judi Dench, Fergie, Kate Hudson, Nicole Kidman, Sophia Loren.

domingo, 12 de setembro de 2010

Sherlock Holmes


Em 1887, o médico e escritor britânico Arthur Conan Doyle lançava um romance intitulado Um Estudo em Vermelho, que introduzia a história do detetive Sherlock Holmes, conhecido por sua lógica dedutiva e sempre tinha a ajuda de seu amigo e companheiro de aventuras Dr. John Watson. Os personagens já apareceram em quatro romances, cinco contos, dez séries de televisão e quatro filmes, incluíndo uma versão dirigida pelo conterrâneo Guy Ritchie.

Holmes (Robert Downey Jr.), além da lógica, ele também usa seus dotes físicos para resolver seus casos. A sua relação com Watson (Jude Law) está meio abalada por que seu amigo está prestes a se casar e abandonar o mundo investigativo. Em um último caso, a dupla tenta resolver uma onda de assassinatos envolvendo Lorde Blackwood (Mark Strong, especializando-se em papéis de vilão) - que foi condenado a forca - mas ainda aterroriza Londres depois de morto.

Podemos dizer que Sherlock Holmes é uma produção ousada, pela questão do status que o personagem tem com a literatura e pela fisionomia de seu protagonista, que ganha uma atuação divertida por parte de Robert Downey Jr.. Além dele, Jude Law também brilha como Watson, carismático e também charmoso, assim como a bela direção de arte e trilha sonora de Hans Zimmer. A direção também tem méritos por ousar na câmera lenta em certas cenas de ação. Somente o roteiro toma alguns passos bobos, mas nada que atrapalhe na diversão que o filme é.

Sherlock Holmes tem a cara de filme-pipoca, mas cumpre bem seu objetivo: descontração e diversão. Com uma técnica perfeita e uma ótima dinâmica dos protagonistas, não peca em introduzir Sherlock para a nova geração e despertar a curiosidade em encarar os livros de Arthur Conan Doyle.

Cotação: 7,5

Sherlock Holmes (idem, 2009)
Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Michael Robert Johnson, Anthony Peckham e Simon Kinberg, baseado em história de Lionel Wigram e Michael Robert Johnson e nos personagens criados por Arthur Conan Doyle
Elenco: Robert Downey Jr., Jude Law, Rachel McAdams, Mark Strong, Eddie Marsan, Kelly Reilly, Robert Maillet, Geraldine James.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Nova York, Eu Te Amo


Nova York é uma cidade que encanta, não só pelo charme, mas também pela mistura de culturas presentes em transformá-la em uma cosmopolita e desejo para muitos. E assim como São Paulo ou alguma cidade grande, as pessoas mostram um ar de solidão pela questão da correria. E é sobre pessoas que a narrativa de Nova York, Eu Te Amo focaliza.

A segunda parte da franquia iniciada com Paris, Eu Te Amo, segue a mesma linha da película parisiense com dez diretores retratando hábitos e pessoas em cantos diferentes da cidade e que tenha o amor como pano de fundo. Aqui, existem várias histórias que vão da dusputa por um taxi, do flerte na rua, a relação de pai e filha, casais em relações que duram uma noite, amores jovens e de terceira idade, entre outros.

Nova York, Eu Te Amo ganha méritos por diferenciar de sua irmã francesa e não apresentar irregularidade, isso graças a montagem que deixa as histórias completamente interligadas entre si. Os destaques ficam por conta de curtas simplistas como o de Natalie Portman (como diretora e roteirista) sobre a relação de um latino com sua filha, o relacionamento de anos de um casal de idosos, por Joshua Marston e do dirigido pelo alemão Faith Akin sobre um pintor que consegue uma inspiração.

E vale a menção aos curtas de Brett Ratner, sobre um adolescente levando uma cadeirante ao baile. Yvan Attal, com Ethan Hawke lembrando semelhanças com seu personagem em Antes do Amanhecer. Mira Nair, com Natalie Portman atuando e retratando choque de culturas e Shekhar Kapur, com uma bela direção de arte e também com uma ótima atuação de Shia LaBeouf.

Nova York, Eu Te Amo, além de ser uma declaração de amor a cidade americana, é também um filme sobre pessoas e conhecimentos da rotina local e mostra uma cidade de sonhos e de uma belíssima cultura. Nova York, Nós te Amamos!

Cotação: 8,5

Nova York, Eu Te Amo (New York, I Love You, 2009)
Direção: Allen Hughes, Shunji Iwai, Joshua Marston, Wen Jiang, Brett Ratner, Mira Nair, Natalie Portman, Shekhar Kapur, Yvan Attal, Fatih Akin
Roteiro: Emmanuel Benbihy, Tristan Carné, Hall Powell, Israel Horovitz, James C. Strouse, Shunji Iwai, Israel Horovitz, Hu Hong, Yao Meng, Israel Horovitz, Joshua Marston, Alexandra Cassavetes, Stephen Winter, Jeff Nathanson, Anthony Minghella, Natalie Portman, Fatih Akin, Yvan Attal, Olivier Lécot, Suketu Mehta
Elenco: Bradley Cooper, Justin Bartha, Andy Garcia, Hayden Christensen, Rachel Bilson, Natalie Portman, Irrfan Khan, Emilie Ohana, Orlando Bloom, Christina Ricci, Maggie Q, Ethan Hawke, Anton Yelchin, James Caan, Olivia Thirlby, Blake Lively, Drea De Matteo, Julie Christie, John Hurt, Shia LaBeouf, Ugur Yucel, Taylor Geare, Carlos Acosta, Jacinda Barrett, Shu Qi, Burt Young, Chris Cooper, Robin Wright, Eva Ammuri, Eli Wallach, Cloris Leachman.

domingo, 5 de setembro de 2010

Soundtrack: Never Let Me Go


O livro Não Me Abandone Jamais, escrito pelo japonês Kazuo Ishiguro (o mesmo de Os Vestígios do Dia) é celebrado como um dos melhores livros escritos em língua inglês pela revista Time e em breve, ganhará uma versão cinematográfica com direção de Mark Romanek (de Retratos de uma Obsessão, com Robin Williams) e estrelado por Carey Mulligan e Keira Knightley. A sua trilha sonora é composta pela inglesa Rachel Portman, responsável por trilhas como Chocolate, Regras da Vida e Emma, este último venceu o Oscar da categoria.

Aqui, Never Let Me Go tem tons de melancolia e delicadeza em alguns acordes, que chega a criar identificação imediata e até imaginar como funcionará dentro da película. Os destaques ficam por conta de "The Pier", "Bumper Crop", "The Boat", "The Worst Thing I Ever Did", "We All Complete" (a melhor) e até uma canção no final chamada "Never Let Me Go".

Never Let Me Go ainda não tem previsão de estreia no Brasil, mas se quiser ficar com água na boca com a trilha, para fazer o download, clique aqui.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A Saga Crepúsculo: Eclipse


O livro Eclipse, terceiro volume da Saga Crepúsculo, pode ser considerado como o melhor da série, mesmo chegando em sua obviedade de suas edições anteriores. A sua versão cinematográfica também eleva o nível que a série já chegou, ou seja, já podemos esperar o que o filme será no decorrer dele.

Bella (Kristen Stewart) está vivendo mais um dilema. Ela retoma a relação com Edward Cullen (Robert Pattinson), inclusive até o vampiro pensar em casamento. Mas a calmaria da relação é abalada com a volta de Victoria (Bryce Dallas Howard, no lugar de Rachelle Lefevre), que está em busca de vingança, juntamente com uma onda de assassinatos misteriosos. Com isso, a família Cullen precisa unir forças com a matilha de lobisomens do lado de Jacob (Taylor Lautner).

Eclipse acaba ganhando pela cenas de ação, que ao contrário de Crepúsculo, os efeitos não soam artificiais, para compensar o roteiro. Diferente de Lua Nova, a trilha sonora composta por Howard Shore apresenta normalidade. A direção de David Slade, de MeninaMá.com também tem méritos.

Eclipse é um bom filme, que tem o mesmo nível dos anteriores e consegue passar o tempo e dá um avanço sobre a trama de Amanhecer, o último da série que será dividido em dois filmes, mesmo que todos já tenham noção do destino de todos os personagens. È um bom entretenimento, só se for desacompanhado (a).

Cotação: 7,0

A Saga Crepúsculo: Eclipse (The Twilight Saga: Eclipse, 2010)
Direção: David Slade
Roteiro: Melissa Rosenberg, baseada em livro de Stephenie Meyer
Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner, Ashley Greene, Peter Facinelli, Elisabeth Reaser, Kellan Lutz, Nikki Reed, Jackson Rathbone, Billy Burke, Bryce Dallas Howard, Jodelle Ferland, Anna Kendrick, Dakota Fanning, Xavier Samuel.

domingo, 29 de agosto de 2010

Toy Story 3


Toy Story foi um filme que com o passar dos anos, ganhou admiradores de idades variadas, além de ter introduzido a Pixar para o reconhecimento mundial e ser o único filme da produtora a ganhar duas sequências. Aqui, na terceira parte da série, podemos dizer que a situação dos personagens não é digna de brincadeira.

Se nos primeiros filmes, vemos o medo da rejeição e o fortalecimento da amizade bem retratados, aqui, os brinquedos liderados pelo caubói Woody e o astronauta Buzz Lightyear testemunham Andy - agora um moço de 17 anos e prestes a ir para a faculdade - amadurecendo e deixando para trás os momentos de diversão que viveu com seus brinquedos. Estes, pensando que irão parar em um lixão, acabam partindo para uma creche chamada Sunnyside.

Simplicidade é um dos pontos fundamentais de Toy Story 3. Aqui, vemos uma situação difícil da fase que todos nós passamos, que é a chamada "hora de crescer" e da reação dos personagens com isso, principalmente Woody, que aqui mostra cada vez mais ser um personagem leal. Além dele, outros personagens como Sr. Cabeça de Batata e Ken tem momentos impagáveis e a trilha sonora simples de Randy Newman, com direito a uma versão deliciosa em espanhol para "You're Got a Friend in Me".

Toy Story 3 além de entrar no hall da Pixar na qualidade, também consegue divertir e emocionar a todos. Mas acaba mostrando mais que isso, como é mostrado em seu ato final, que seu amigo de infância não desistirá de você nunca e sempre estará com você, não importa o tempo.

Cotação: 10

Toy Story 3 (idem, 2010)
Direção: Lee Unkrich
Roteiro: Michael Arndt, John Lasseter, Andrew Stanton e Lee Unkrich
Elenco (vozes): Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack, Don Rickles, Wallace Shawn, Estelle Harris, John Ratzenberger, Ned Beatty, Michael Keaton, John Morris, Laurie Metcalf, Jodi Benson, Timothy Dalton.

domingo, 22 de agosto de 2010

A Origem


È inevitável que na hora que nos retiramos depois de mais um dia cumprido, ter aquele momento crucial em poder descansar a cabeça e sonhar com novas expectativas de vida, futuro e outras coisas. No cinema, essa temática é muito tratada na fantasia, mas nunca que chega um filme do gênero que acabasse gerando muitas discurssões, como é o caso de A Origem.

Leonardo DiCaprio é Don Cobb, um especialista na arte de roubar segredos do subconsciente das pessoas durante o sono, mas por trás deste articulador, tem um sujeito que tem que sofrer o dilema de não poder ver seus filhos, e, principalmente, com a perda de sua esposa Mal (interpretada pela francesa Marion Cotillard), que sempre está presente em seus sonhos. Para um chamado último serviço, ele acaba aceitando a proposta do empresário Saito (o japonês Ken Watanabe) para entrar na mente de um herdeiro de um executivo para implantar uma ideia.

Uma premissa assim podemos imaginar o que esperar de A Origem, já que antes de seu lançamento era um grande suspense com relação a sua história e o papel de cada personagem. Aqui, o realizador inglês Christopher Nolan tem um certo cuidado em cada detalhe, como no bom uso do slow motion em cenas de maior tensidade, além das sacadas do roteiro na questão de deixar o espectador conseguir montar cada peça da história. O uso da trilha sonora instrumental de Hans Zimmer e da influência em Edith Piaf consegue trabalhar perfeitamente com o tom e o elenco todo merece méritos, por cada um ter sua importância e usar bem seu espaço.

A Origem faz com que o espectador tenha o seu próprio ponto de vista sobre sua premissa. Com um elenco em total sintonia, é mais do que um filme-pipoca, mas sim uma experiência ambiciosa e muito bem elaborada. È um sonho real que dá vontade de não acordar mais.

Cotação: 10

A Origem (Inception, 2010)
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan
Elenco: Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Tom Hardy, Ken Watanabe, Dileep Rao, Cillian Murphy, Tom Berenger, Marion Cotillard, Pete Postlethwaite, Michael Caine, Lukas Haas.

sábado, 21 de agosto de 2010

Melhores de 2009 - Top 10

Finalmente, este é o nosso top 10 dos filmes de 2009. Gostaria de agradecer a todos pelo apóio e desculpas pela demora e os empecilhos para a publicação. Sobre Guerra ao Terror, o filme será considerado para a próxima vez, pela questão do lançamento aos cinemas. Muito obrigado mais uma vez a todos que acompanharam essa premiação.


10) O Curioso Caso de Benjamin Button, de David Fincher


9) Star Trek, de J.J. Abrams


8) Frost/Nixon, de Ron Howard


7) Quem Quer Ser um Milionário?, de Danny Boyle


6) O Fantástico Senhor Raposo, de Wes Anderson


5) (500) Dias com Ela, de Marc Webb


4) Entre os Muros da Escola, de Laurent Cantet


3) Avatar, de James Cameron


2) Up - Altas Aventuras, de Pete Docter e Bob Petersen


1) Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Melhores de 2009 - Animação


Up - Altas Aventuras

Uma das produções da Pixar que mexeu muito com o sentimental, Up é também uma lição de vida. Sua parte técnica também ganha pontos com a característica dos personagens que acabamos tendo simpatia. È mais uma produção de qualidade da Pixar.


O Fantástico Senhor Raposo

Juntamente com Up, a primeira animação dirigida por Wes Anderson acaba indo ao inverso da produção da Pixar, pela questão da simplicidade na produção, baseada no livro infantil de Roald Dahl, o mesmo autor de A Fantástica Fábrica de Chocolate. Divertida e bem feita e com um roteiro que acaba funcionando para adultos e os mais pequenos também.


Bolt - Supercão

A animação da Disney mistura o termo realidade X ficção, um tema muito usado atualmente. Aqui, Bolt usa esse termo com muito bom humor e com uma técnica bem apurada e personagens carismáticos.


Valsa com Bashir

Uma animação com uma temática mais adulta e documental, Valsa com Bashir também mostra simplicidade na parte técnica e por se basear nas memórias do próprio realizador, que foi um veterano da Guerra do Líbano e pela densidade.


Coraline e o Mundo Secreto

Baseado em um livro de Neil Gaiman e comparada a Alice no País das Maravilhas, Coraline ganha uma versão para cinema em animação stop-motion. Mesmo aparentando ser meio sombria para os mais novos, mas acaba sendo agradável e envolvente.

2008: Wall-E