domingo, 11 de dezembro de 2011

Os Homens que Não Amavam as Mulheres



"Lisbeth Salander fechou os olhos e quis que o chão se abrisse sob seus pés. Sentia-se num estado de paralisia mental. Estava com a boca seca. A situação era irreal e seu cérebro recusava-se a funcionar."


O jornalista e ativista sueco Stieg Larsson tinha 50 anos de idade quando finalizou os manuscritos de sua obra intitulada Millennium, mas infelizmente, bem depois de entregar sua história aos editores, faleceu prematuramente e não testemunhou o sucesso que sua obra faria na literatura mundial. A trilogia, dividida em três histórias, teve seu destino inevitável em se transformar em uma produção cinematográfica.

O primeiro volume, Os Homens que Não Amavam as Mulheres, tem como foco narrativo o desaparecimento de uma jovem de 16 anos, em 1966, sobrinha de um rico empresário. Este, então, resolve convocar o repórter da revista Millennium Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), que está às voltas com uma acusação de difamação por parte de poderosos.

Do outro lado, encontra-se a hacker bissexual Lisbeth Salander (Noomi Rapace) uma pessoa anti-social, mas muito esperta. Juntando-se o faro jornalístico de Blomkvist e a astúcia de Salander, eles acabam entrando em perigos e abrindo um segredo familiar que pode estar relacionado ao desaparecimento da jovem.

Os Homens que Não Amavam as Mulheres possui uma complexidade admirável, que envolve imediatamente o espectador, que não percebe as horas de duração passarem, além de respeitar o material de Larsson. E vai além dos suspenses lançados comercialmente por Hollywood por mostrar sem pudor cenas de violência e tensão, usado como reflexão para uma Suécia atual.

Outros méritos vão para as atuações de Michael Nyqvist, como Mikael, que mesmo tendo um desempenho competente, acaba sendo ofuscado por Noomi Rapace, soberba como Lisbeth Salander, uma persona muito bem construída, que por debaixo de seu visual extravagante, mostra-se uma pessoa inteligente e que consegue muito bem se defender.

Como ponto de partida para a trilogia Millennium, Os Homens que Não Amavam as Mulheres faz sua lição de casa por ser um quebra-cabeça competente, ao mesmo tempo em que não está preocupado em se tornar mais um filme investigativo, mas sim envolver o espectador para investigar junto. Agora, é só aguardar a segunda parte, intitulado A Menina que Brincava com Fogo.

Cotação: 8,5

Os Homens que Não Amavam as Mulheres (Män Som Hatar Kvinnor, 2009)
Direção: Niels Arden Oplev
Roteiro: Rasmus Heisterberg e Nikolaj Arcel, baseados em livro de Stieg Larsson
Elenco: Michael Nyqvist, Noomi Rapace, Lena Endre, Peter Haber, Sven-Bertil Taube, Peter Andersson, Ingvar Hirdwall, Sofia Ledarp, David Dencik.

8 comentários:

Kamila disse...

Estou com esse filme aqui em casa pra assistir, mas simplesmente não encontro tempo. Mas, vou ver se dou um jeito de conferir antes da estreia do remake dirigido por David Fincher.

Mayara Bastos disse...

Kamila, veja sim. O Fincher tem um material muito bom em mãos. Confio nele! ;)

Unknown disse...

Também sou apaixoanda por cinema :) Parabéns pelo blog!

Tenho um de poesias, se quiser conhecer, seja muito bem-vinda: www.deborasader.blogspot.com

bruno knott disse...

Assim como a Kamila estou com o filme aqui... blu-ray ainda!

Tô muito a fim de assistir... e um dia ler os livros também!

Elton Telles disse...

Eu gostei do filme, mas acho que sua execução não tem muito de original. A história contada no livro é muito bacana, mas acho que a transposição para o cinema ficou bastante devedora...

bjs!

Alex Gonçalves disse...

Mayara, bom vê-la curtindo esse filmaço. "Os Homens Que Não Amavam as Mulheres" é excelente e subiu ainda mais no meu conceito após uma revisão e a leitura do romance. E eu realmente não entendo a demora para a chegada das sequências. Ok, o filme sueco não rendeu público por aqui, mas isso não justifica nem ao menos o lançamento direto de "A Menina Que Brincava com Fogo" e "A Rainha do Castelo de Ar", também muito bons.

Paulla Rosâne disse...

Vejam, vejam, vejam, é só o que posso afirmar.
Assisti na Maratona Odeon de maio/2010, e saí encantada com o filme. Apesar de falta alguns pedaços (mais do que o normal, o livro é grande, não há possibilidade de todos os detalhes serem incluídos), achei bem fiel à história. Assista antes que vire blockbuster e perca o vigor dos atores da versão sueca.

Cristiano Contreiras disse...

Não gostei desses filmes, achei os três fracos, roteiro que não adapta bem o senso literário e só Noomi Rapace mostra um envolvimento com a obra. Ansioso mesmo pro trabalho do Fincher, confio nele! abraço, sumida!