sexta-feira, 29 de abril de 2011

Rio


O Rio de Janeiro é considerado uma das cidades mais belas do mundo, rica em beleza natural, festas contagiantes como o carnaval, a alegria de seus habitantes e inspiração para muitos escritores, compositores, cineastas e pessoas que procuram por aventuras. È o que acontece com Blu, protagonista da animação Rio, da Blue Sky Studios.

Blu é uma arara azul que viveu no Brasil quando filhote, mas depois de uma distração, ele acaba sendo capturado por contrabando e indo parar em uma pequena cidade em Minnesota. Ele é achado por uma moça chamada Linda, em quem estabelece uma relação muito afetiva. È um animal que tem alguns vícios de gente grande como amar chocolate quente, mas não voa.

A calmaria de ambos em um lugar frio é balançada com a chegada do biólogo Túlio, que fica surpreso ao deparar-se com Blu, já que é uma espécie rara. Com isso, ele convida Linda e seu mascote para irem ao Rio de Janeiro para “namorar” a fêmea Jewel e procriar outras espécies de arara e, assim evitar a extinção total.

Mas, chegando ao Rio - na temporada do Carnaval – Blu faz amizade com dois pássaros, um tucano chamado Rafael, um buldogue que baba, além de lidar com perigos ao lado de Jewel, que fogem de um pássaro feio e acabado, além de lidar com as neuroses de não saber voar e começar a conhecer o lado aventureiro e as belezas que o Rio tem.

Rio é a visão bela sobre a cidade maravilhosa, com os elementos que fazem dela reconhecida mundialmente presentes como o samba, futebol e o habitat natural. A parte técnica é de encher os olhos, principalmente em cenas aéreas no Cristo Redentor e do Carnaval na Sapucaí, as favelas sintonizadas em jogos da Seleção Brasileira contra Argentina, adversários clássicos e acompanhada de canções gostosas e de personagens simpáticos.

Rio não merece ser lembrado como um merchandising para promover a cidade, mas sim um filme de férias, no sentido de cumprir as expectativas de diversão, boa música, descontração e a beleza. Dá vontade de sair do Cinema, colocar o pé na estrada e aproveitar muito e acreditar que o Rio de Janeiro continua lindo...

Cotação: 9,0

Rio (idem, 2011)
Direção: Carlos Saldanha
Roteiro: Don Rhymer
Elenco (vozes): Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Rodrigo Santoro, Leslie Mann, Jamie Foxx, Will.i.Am, George Lopez, Tracy Morgan.

domingo, 24 de abril de 2011

Tropa de Elite 2


Tropa de Elite, produção de 2007, foi um dos maiores sucessos do cinema nacional nos últimos anos por conseguir de forma arriscada, mas eficiente mostrar sem os elementos dos chamados “contos de ficção” para abrir discussões sobre situações que a sociedade atualmente vive, principalmente com relação à violência e também introduziu ao público um personagem durão, mas que ganhou cativação: o capitão Nascimento (interpretado por Wagner Moura).

Nessa sequência, além da inclusão de flashbacks como recapitulação do primeiro filme, traz Nascimento até então, líder do BOPE, acaba por ser afastado de seu cargo depois de uma malsucedida operação em uma rebelião. Mas, promovido a Subsecretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro ao mesmo tempo que enfrenta problemas pessoais, como a difícil relação com seu filho, que cria maior admiração por seu padrasto, o deputado estadual esquerdista Diogo Fraga (Irandhir Santos).

Além desse dilema de sentir a solidão não só pessoal como profissional depois de sua promoção, Nascimento acredita que em um cargo maior como a secretaria de segurança teria a chance de “quebrar o sistema” e derrotar o tráfico, mas ele descobre que os maiores inimigos estão mais perto do que ele imagina.

No início do filme, é colocado uma frase como “apesar das possíveis coincidências com a verdade, é uma obra de ficção”, percebe-se ao decorrer da história que as coincidências são muitas, principalmente com a situação que o Rio de Janeiro passou meses atrás. Diferente do primeiro Tropa de Elite, aqui a premissa é mais complexa, indo na espinha disso e o que os políticos que elegemos estão fazendo.

O filme é bem sucedido nessa questão, assim como a direção competente de José Padilha não só nas cenas de ação, mas também na tensidade. Junto a isso, temos uma edição acertada e atuações acima da média, principalmente por parte de Wagner Moura e Irandhir Santos.

Tropa de Elite 2 não é documentário ficcional, nem uma crônica-denúncia. Mas sim, um filme de reflexões sobre as questões sociais e políticas, temas que as pessoas só de escutarem, já ficam com certo pé atrás e fogem da discussão, além de também ser um entretenimento bem trabalhado e acima da média

Cotação: 9,5

Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro, 2010
Direção: José Padilha
Roteiro: José Padilha e Bráulio Mantovani, baseados em obra de Luiz Eduardo Soares, Rodrigo Pimentel, Cláudio Ferraz e André Batista
Elenco: Wagner Moura, Irandhir Santos, André Ramiro, Pedro Van Held, Maria Ribeiro, Sandro Rocha, Milhem Cortaz, Tainà Müller, Seu Jorge, André Mattos, Fabrício Boliveira, Emílio Orcillo Netto.

domingo, 17 de abril de 2011

Idas e Vindas do Amor


È um tabu nos EUA que o dia 14 de fevereiro é uma espécie de “feriado”, é o dia dos namorados. Uma chance das pessoas de tirarem um dia todo para ficar com a outra metade da maçã, com seu namorado ou esposo e vice-versa. Reunindo um elenco de talentos distintos, Idas e Vindas do Amor conta histórias paralelas sobre o mesmo tema: o amor.

Passando-se em Los Angeles, histórias paralelas de pessoas na total expectativa pelo Valentine’s Day. Tem a paixonite infantil, a primeira vez entre dois jovens, aquela que está completamente apaixonada, mas não sabe que ele é casado, um casal em flerte no avião, aqueles que odeiam o dia e organizam festas para os que lidam com esse mesmo dilema, as desilusões amorosas, o medo de ficar só nessa data e outros casos.

Filmes como Simplesmente Amor e a série de segmentos Cities of Love conseguiram conquistar não só pelo tema do amor, mas por fazer a junção disso com outros temas como o Natal e a convivência de pessoas em determinado lugar. Aqui nesse Idas e Vindas do Amor o constante do dia dos namorados é tamanha que pode acabar entediando, assim como os típicos clichês usados no gênero.

Existem historinhas bacanas, mas o maior problema acaba por enfocar mais os personagens de Ashton Kutcher e Jennifer Garner, atores que viraram carteirinha fichada neste tipo de produção, assim como a historinha desnecessária protagonizada por Taylor Lautner e a cantora Taylor Swift, como um casal muito apaixonado que chega a irritar. Mas, o filme tem alguns bons momentos graças às presenças de Julia Roberts, Anne Hathaway, Hector Elizondo e do garotinho Carter Jenkins.

Idas e Vindas do Amor é um daqueles filmes que você precisa estar no clima total para embarcar, principalmente em momentos doces da vida, mas é somente por isso. È um entretenimento bobo, em que já logo no começo da projeção já sabemos como vai terminar, apesar das poucas surpresas que envolvem alguns casais...

Cotação: 5,0

Idas e Vindas do Amor (Valentine's Day, 2010)
Direção: Garry Marshall
Roteiro: Katherine Fugate, baseada em história de Abby Kohn, Katherine Fugate e Marc Silverstein
Elenco: Jessica Alba, Kathy Bates, Jessica Biel, Bradley Cooper, Eric Dane, Patrick Dempsey, Hector Elizondo, Jamie Foxx, Jennifer Garner, Topher Grace, Anne Hathaway, Carter Jenkins, Ashton Kutcher, Queen Latifah, Taylor Lautner, George Lopez, Shirley MacLaine, Emma Roberts, Julia Roberts, Taylor Swift.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Não Me Abandone Jamais


"Nunca tinha me ocorrido que nossas vidas, tão intimidamente entrelaçadas, pudessem se separar tão rapidamente. Se eu soubesse, talvez teria mantido apertado as mãos neles e não deixar as marés invisíveis nos separar."

A premissa por trás de Não Me Abandone Jamais não é das mais simples de digerir, mesmo com o título aparentar um romance meloso com final feliz. O drama com toques de ficção científica possui os elementos do amor, mas o maior objetivo dele é abrir discussões sobre a vida humana e o sentimental de cada um.

Em um colégio chamado Hailsham, estudavam os protagonistas da história, Kathy, Ruth e Tommy. È uma escola britânica tradicional, com uma educação rígida e regras, principalmente na questão da alimentação e do corpo, em que o propósito era que todos são alunos especiais, no sentido em que foram “criados” para doar órgãos, segredo descoberto por eles na adolescência através de uma professora ser demitida ao conversar com seus alunos sobre o futuro deles.

Depois que crescem, o trio já interpretados por Carey Mulligan, Keira Knightley e Andrew Garfield, se veem envolvidos em um triângulo amoroso, com Ruth e Tommy já engatinhado um relacionamento e Kathy na ponta por sentir algo especial por seu amigo de infância, além das descobertas e decepções com relação ao futuro.

O tema delicado da história baseado no bom livro de mesmo nome escrito pelo japonês Kazuo Ishiguro poderia entrar nas armadilhas do gênero, como o abuso de efeitos visuais, fazendo com que a história fique de escanteio, mas felizmente, a sutileza é um elemento que disfarça a ilusão de vida que aquelas crianças viveram e o desejo delas em apreciarem a vida, como por exemplo acreditarem em rumores de que “se mostrarem que estão apaixonadas, poderá ter um adiamento.”

A direção de Mark Romanek, em seu segundo longa-metragem, acerta no tom da delicadeza e segurança, sem cair no forçado, juntamente com um belíssimo trabalho fotográfico e uma melancólica trilha sonora composta por Rachel Portman. á no quesito atuações, Carey Mulligan dá a Kathy sensibilidade e sonhos, além de ficar responsável pela narração em off, que pode cansar um pouco, mas sem comprometer seu trabalho. Keira Knightley está bem num papel diferente de seus trabalhos anteriores, mas causando antipatia pela personagem arrogante. Já Andrew Garfield apresenta um menino bobinho, mas causando uma certa torcida por ele, graças ao seu carisma.

Não Me Abandone Jamais é sutil a um tema delicado, sobre relações humanas, solidão e as coisas na vida que esses personagens querem realizar, mas deparam com a impossibilidade de constituírem sonhos, muito por causa de planos elaborados pelo homem e não permite uma opinião de escolha. E não é ética a maior preocupação do filme, mas sim com a parte poética, humana.

Cotação: 8,5

Não Me Abandone Jamais (Never Let Me Go, 2010)
Direção: Mark Romanek
Roteiro: Alex Garland, baseado em livro de Kazuo Ishiguro
Elenco: Carey Mulligan, Keira Knightley, Andrew Garfield, Sally Hawkins, Charlotte Rampling, Izzy Meikle-Small, Charlie Rowe, Ella Purnell, Nathalie Richard.