sábado, 31 de dezembro de 2011

Os Melhores Filmes de 2011

Em 2011, o Cinema entregou histórias emocionantes, engraçadas, chocantes, reflexivas, sonhadoras... Enfim, são produções que arrebataram nossa atenção ao longo do ano, de acordo com o calendário de lançamentos (contando telonas e telinhas):


1. Cisne Negro (Black Swan, 2010, de Darren Aronofsky)
Crítica



2. Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris, 2011, de Woody Allen)
Crítica



3. O Palhaço (idem, 2011, de Selton Mello)



4. Melancolia (Melancholia, 2011, de Lars Von Trier)



5. A Pele Que Habito (La Piel Que Habito, 2011, de Pedro Almodóvar)



6. 127 Horas (127 Hours, 2010, de Danny Boyle)
Crítica


7. X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, 2011, de Matthew Vaughn)
Crítica



8. Bravura Indômita (True Grit, 2010, de Joel Coen e Ethan Coen)
Crítica



9. Amor a Toda Prova (Crazy, Stupid, Love, 2011, de Glenn Ficarra e John Requa)



10. Não Me Abandone Jamais (Never Let Me Go, 2010, de Mark Romanek)
Crítica


Vale lembrar de: A Árvore da Vida, de Terrence Malick; O Discurso do Rei, de Tom Hooper; Enrolados, de Nathan Greno e Byron Howard; Reino Animal, de David Michôd; Rio, de Carlos Saldanha e Winnie the Pooh, de Stephen J. Anderson e Don Hall.


A Apaixonada por Cinema voltará do recesso das festas no dia 09/01/2012. Desejamos a todos os leitores e seus familiares um 2012 cinematográfico, acompanhado de muitas conquistas, paz e saúde! :)

domingo, 11 de dezembro de 2011

Os Homens que Não Amavam as Mulheres



"Lisbeth Salander fechou os olhos e quis que o chão se abrisse sob seus pés. Sentia-se num estado de paralisia mental. Estava com a boca seca. A situação era irreal e seu cérebro recusava-se a funcionar."


O jornalista e ativista sueco Stieg Larsson tinha 50 anos de idade quando finalizou os manuscritos de sua obra intitulada Millennium, mas infelizmente, bem depois de entregar sua história aos editores, faleceu prematuramente e não testemunhou o sucesso que sua obra faria na literatura mundial. A trilogia, dividida em três histórias, teve seu destino inevitável em se transformar em uma produção cinematográfica.

O primeiro volume, Os Homens que Não Amavam as Mulheres, tem como foco narrativo o desaparecimento de uma jovem de 16 anos, em 1966, sobrinha de um rico empresário. Este, então, resolve convocar o repórter da revista Millennium Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), que está às voltas com uma acusação de difamação por parte de poderosos.

Do outro lado, encontra-se a hacker bissexual Lisbeth Salander (Noomi Rapace) uma pessoa anti-social, mas muito esperta. Juntando-se o faro jornalístico de Blomkvist e a astúcia de Salander, eles acabam entrando em perigos e abrindo um segredo familiar que pode estar relacionado ao desaparecimento da jovem.

Os Homens que Não Amavam as Mulheres possui uma complexidade admirável, que envolve imediatamente o espectador, que não percebe as horas de duração passarem, além de respeitar o material de Larsson. E vai além dos suspenses lançados comercialmente por Hollywood por mostrar sem pudor cenas de violência e tensão, usado como reflexão para uma Suécia atual.

Outros méritos vão para as atuações de Michael Nyqvist, como Mikael, que mesmo tendo um desempenho competente, acaba sendo ofuscado por Noomi Rapace, soberba como Lisbeth Salander, uma persona muito bem construída, que por debaixo de seu visual extravagante, mostra-se uma pessoa inteligente e que consegue muito bem se defender.

Como ponto de partida para a trilogia Millennium, Os Homens que Não Amavam as Mulheres faz sua lição de casa por ser um quebra-cabeça competente, ao mesmo tempo em que não está preocupado em se tornar mais um filme investigativo, mas sim envolver o espectador para investigar junto. Agora, é só aguardar a segunda parte, intitulado A Menina que Brincava com Fogo.

Cotação: 8,5

Os Homens que Não Amavam as Mulheres (Män Som Hatar Kvinnor, 2009)
Direção: Niels Arden Oplev
Roteiro: Rasmus Heisterberg e Nikolaj Arcel, baseados em livro de Stieg Larsson
Elenco: Michael Nyqvist, Noomi Rapace, Lena Endre, Peter Haber, Sven-Bertil Taube, Peter Andersson, Ingvar Hirdwall, Sofia Ledarp, David Dencik.

domingo, 30 de outubro de 2011

Alexandria


A cidade de Alexandria, Egito, ficou conhecida no contexto histórico graças a sua biblioteca, que já foi considerada a maior do mundo antigo e foi alvo de rumores com relação a sua ruína, como um incêndio provocado por Julio Cesar durante sua visita a cidade e até hoje, não possui uma explicação exata do que aconteceu.

O filme Ágora, ou Alexandria em seu título no Brasil, retrata os dilemas de batalha que a cidade egípcia passou, mas muito em torno da astrônoma Hypatia (Rachel Weisz), que também leciona as matérias de filosofia e astronomia na escola, que era juntamente à biblioteca. Nesta escola, eram educados os futuros líderes e viam em Téon, pai de Hypatia, seu maior tutor.

Fora da escola, via-se uma guerra entre cristãos e pagãos, com direito a derramamento de sangue, com os cristãos tomando posse de boa parte da cidade aos poucos e derrubando monumentos pagãos. Ao mesmo tempo em que Orestes (Oscar Isaac) nutre um sentimento por Hypatia, ele acaba se tornando prefeito de Alexandria e seu escravo Davus (Max Minghella), que também sente algo pela astrônoma, se divide entre a fé cristã e a paixão.

Alexandria é uma produção que contem um conteúdo bem complexo, muito em razão da guerra pela aceitação de uma religião, ou seja, três: crista, judia e politeísta, que resolviam tudo na base da faca, até mesmo despindo mulheres. Aliás, nesta época, a mulher era vista como uma subordinada, coisa que Hypatia fazia questão de deixar claro que não era, mas sim independente numa época crítica.

O diretor espanhol Alejandro Amenábar consegue conciliar dilemas importantes no filme, além da guerra entre religiões, o grande estudo de Hypatia, (defendida com brilho por Rachel Weisz) com relação ao movimento do planeta Terra em torno do sol e a destruição da biblioteca de Alexandria, retratada em um belíssimo plano, acompanhada de uma discreta, mas melancólica partitura de Dario Marianelli.

Mesmo que aparente cansaço no meio da projeção, Alexandria é uma produção ambiciosa, mas uma possibilidade de imaginar o que pode realmente ter ocorrido, não só com a biblioteca, mas também com Hypatia, uma personagem que - pode não ter ganhado um enfoque maior para o lado bibliográfico, mas tentou ir além de seus pensamentos.

Cotação: 7,5

Alexandria (Ágora, 2009)
Direção: Alejandro Amenábar
Roteiro: Alejandro Amenábar e Mateo Gil
Elenco: Rachel Weisz, Max Minghella, Oscar Isaac, Rupert Evans, Manuel Cauchi, Ashraf Barhom, Michael Lonsdale, Sami Samir, Richard Durden.

domingo, 25 de setembro de 2011

Comentários sobre o trailer de J. Edgar, de Clint Eastwood

Bem antes de começar a ser filmado, J. Edgar já nasceu chamando certa atenção - e porque não - polêmica. A nova empreitada de Clint Eastwood será em retratar a história de vida de John Edgar Hoover, que ficou por 48 anos encarregado do Departamento Federal de Investigação, ou simplesmente, FBI. E nos anos 1930, ele ficou conhecido na história norte-americana ao capturar John Dillinger (personagem que já foi alvo de outro filme, Inimigos Públicos).

Mas, pelo que é percebido no trailer de J. Edgar é que não é só o FBI que será contado, mas sim a vida pessoal de Hoover, interpretado por Leonardo DiCaprio. Além de sua trajetória no Departamento de Investigação, que durou até os últimos dias de sua vida, como também um suposto caso com seu protegido Clyde Tolson.

Além da prévia despertar a curiosidade em torno da relação entre Hoover e Clyde através de pequenos detalhes, mostra-se um clima histórico e uma reconstituição de época impecável e de uma direção segura de Eastwood, além de DiCaprio surgir com uma assustadora maquiagem.

O elenco de J. Edgar também é composto por Armie Hammer - conhecido por A Rede Social - como Clyde Tolson, Naomi Watts como Helen Gandy, secretária de Hoover e Judi Dench interpretando a mãe do protagonista. O filme estreia em meados de Janeiro no Brasil, bem na época do chamado Awards Season.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A Árvore da Vida



Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? (Jó 38:4-5)

Por que a vida é assim? Será que estou fazendo a coisa certa? Essa e outras perguntas similares fazemos a nós mesmos muitas vezes, com as respostas vindo devagarzinho no decorrer de nossa existência e questionando sobre o comportamento da sociedade com relação aos acontecimentos naturais e pessoais. Mesmo que aparente ter as respostas, A Árvore da Vida acaba por colocar mais questões em incógnita para que se tenham interpretações sobre um mesmo assunto: o sentido de viver.

O personagem condutor de A Árvore da Vida é o bem-sucedido Jack (Sean Penn, meio apagado), que mesmo com uma vida confortável, existe algo que o perturba muito, relacionado à sua família, que acabou se afastando depois que seu irmão faleceu aos 19 anos. Juntamos a ele para relembrar sua trajetória nos anos 1950, com seus pais (Brad Pitt e Jessica Chastain) começando uma família com o nascimento das crianças e os costumes da época: o pai viajava a trabalho a mãe tinha que ficar em casa para cuidar dos afazeres.

O casal O’Brien possuem personalidades diferentes: o pai impõe uma educação rígida, despertando a sensação de medo, enquanto a mãe é uma mulher delicada, boa e de coração aberto. O pré-adolescente já começa a questionar a atitude do pai para com ele, mesmo que isso seja para ensinar as crianças para desde cedo se tornarem pessoas dignas e aprendam o que a vida prepara.


A Árvore da Vida pode ser classificado em três partes: o começo, o desenvolvimento e o fim. Aqui, Terrence Malick adepta a “imagem conta mais que palavras”, colocando na tela belíssimas imagens que classificam como uma cronologia da existência humana, envolvendo o Big Bang até mesmo a extinção dos dinossauros, chegando ao nascimento de uma criança até como a morte pode afetar a família e até mesmo as pessoas ao redor.

Outra ousadia é a quase falta de diálogos, somente algumas frases de pensamento usado em momentos-chave do filme, que acaba cansando um pouco, mas fazem com que o espectador fique atento - mesmo não deixando totalmente explícito o lado religioso – o que Malick menos quer do público é o questionamento da existência do Criador.

Além da belíssima fotografia, o filme conta com uma trilha sonora inspirada de Alexandre Desplat, que de tão emocionante e bela parece que foi feita no céu e com atuações significativas de Brad Pitt e Jessica Chastain como os pais e de Hunter McCracken como o jovem Jack.

É complicado dizer em palavras sobre A Árvore da Vida, um filme intimista que exige do espectador uma atenção total e assisti-lo mais de uma vez. Complexo que nem a vida, em que tudo pode acontecer, mas que muitas vezes nem demos conta. Essa é a maior das pretensões de Terrence Malick.

Cotação: 8,0

A Árvore da Vida (The Tree of Life, 2011)
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Brad Pitt, Jessica Chastain, Hunter McCracken, Sean Penn, Fiona Shaw, Dalip Singh, Kari Matchett, Joanna Going, Laramie Eppler, Tye Sheridan, Irene Bedard.

domingo, 11 de setembro de 2011

A rotina de Nova York no Cinema


Em 11 de setembro de 2001, os EUA viveram uma alteração de rotina que mudaria e muito não só a vida de pessoas que estavam no lugar e hora errada, mas também o lado econômico e cultural de uma nação, especialmente a cidade de Nova York, que se tornou palco do choque de aviões culminando na queda do World Trade Center em Lower Manhattan.

Agora, Nova York recupera-se aos poucos do ocorrido, mas sempre alertas apostando em campanhas no metrô da cidade no caso de anormalidade e apostando em policiamento reforçado em pontos turísticos. Mas Nova York, um lugar cosmopolita e que desperta os sonhos de muitas pessoas, não merece ser só lembrada pelas coisas ruins, apesar de que hoje, ao completar 10 anos do 11/09, devemos nos solidarizar.


New York sempre é personagem principal de muitos filmes, com cineastas como Woody Allen e Martin Scorsese retratarem no começo de suas carreiras histórias bem contadas, colocando o espectador para sonhar acordado com aquela cidade frenética. Manhattan e Taxi Driver são belos exemplos disso. Mas depois de entregarem as duas obras-primas, Allen e Scorsese juntaram-se com Francis Ford Coppola para Contos de Nova York, em que cada um deles conta em pequenas histórias sobre moradores e sua rotina.


Nova York, Eu Te Amo é outra produção que pelo título já faz uma homenagem à cidade que nunca dorme. Filmado depois de 11 de setembro, o filme acerta em não tocar na ferida do tema delicado, mas sim em contar histórias de pessoas que visitam a cidade, declarando e conhecendo o amor.

Mesmo com os traumas e problemas sociais enfentados em questão do 11/09, Nova York surpreende em conseguir superar eles e continuar sendo uma cidade charmosa, cultural e balançando os sonhos de qualquer mortal.

Obs.: O vídeo abaixo é um tributo do site Moviefone, com a compilação de filmes que usaram a Big Apple como pano de fundo.

sábado, 27 de agosto de 2011

Quero Matar Meu Chefe


No mercado de trabalho, é inevitável a pessoa ter um chefe, uma pessoa que é preciso a responsabilidade para equilibrar qualquer tipo de elementos que uma organização precisa. Com toda essa pressão, muitas vezes por causa do estresse, problemas em casa ou por outros motivos acaba sendo um sujeito hierárquico, não facilitando a vida de seu subordinado, deixando-o, por muitos casos, traumatizado até dizer chega.

A comédia Quero Matar Meu Chefe mostram três indivíduos que não estão contentes com as atitudes de seus bosses: Nick (Jason Bateman) é um sujeito esforçado que trabalha no mercado financeiro e tem Dave Harken (Kevin Spacey) como patrão. Este controla as entradas e saídas dele, além de iludi-lo com promessas de promoção. O neurótico Dale (Charlie Day) trabalha como assistente de dentista ao lado de Julia (Jennifer Aniston), uma mulher ninfomaníaca, que persegue e comete assédios com Dale. Já na ponta está Kurt (Jason Sudeikis), o único do trio que aparenta amar seu emprego, até seu chefe bacana falecer e deixar a empresa para seu filho viciado Bobby (Colin Farrell).

Depois de um momento de bebedeira, eles resolveram por uma atitude extrema: colocar fim as vidas de Harken, Julia e Bobby, já que eles não cogitam abandonar seus cargos. Como eles não conseguem cometer o crime sozinhos, eles contratam os serviços de um sujeito (papel de Jamie Foxx) que cometeu um delito envolvendo o filme Neve Sobre os Cedros.

O roteiro escrito à seis mãos não deixa de lado o uso das gags recorrentes em comédias do gênero, mas ele surpreende em colocar algumas situações reais, como na questão do porque o trio protagonista não pensa em largar seus empregos por causa de demissões, dando referência à crise econômica que teve início nos Estados Unidos em 2008. Além de deixar essa referência no ar, ainda consegue surpreender pelas reviravoltas e até prender o espectador em saber até quando o plano mirabolante vai adiante.

Outro elemento acertado de Quero Matar Meu Chefe é a escolha do elenco, começando pelo trio formado por Jason Bateman, Charlie Day e Jason Sudeikis, que mostram uma ótima afinidade, especialmente quando se usa a comédia física. Bateman consegue trazer a Nick simpatia e ser a “cabeça no lugar”, Sudeikis, por sua vez, é prejudicado por seu personagem ser um sujeito promiscuo. Já Day, é um meio-termo e infantil.

Já os chefes do mal são muito bem defendidos por Kevin Spacey, Jennifer Aniston e Colin Farrell, como o psicopata, a tarada e o idiota, respectivamente. Spacey excelente e dando medo, Aniston muito diferente dos papéis de moça frágil que a deixou conhecida e Farrell com uma caricatura bizarra, mas divertida. Além de Jamie Foxx, outro que está esquisito como o consultor de assassinatos.

Com uma premissa que baseado na realidade entre o relacionamento entre patrões e empregados, Quero Matar Meu Chefe é uma diversão descompromissada, com piadas de situações e elenco afinado. È um exemplo de película que só está preocupada em entreter, além de dar de brinde uma mensagem legal no final.

Cotação: 8,0

Quero Matar Meu Chefe (Horrible Bosses, 2011)
Direção: Seth Gordon
Roteiro: Michael Markowitz, John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein
Elenco: Jason Bateman, Kevin Spacey, Charlie Day, Jennifer Aniston, Jason Sudeikis, Colin Farrell, Jamie Foxx, Donald Sutherland, Lindsay Sloane, Julie Bowen, Isaiah Mustafa, Wendell Pierce, Ron White, Ioan Gruffudd.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Enrolados


Baseado no conto Rapunzel dos Irmãos Grimm, Enrolados, animação independente da Disney usa elementos modernos que fogem um pouco da fórmula de “mais um filme de princesa”, mas sem deixar de lado os elementos que são conhecidos do público neste tipo de história, como a bruxa malvada, o amor verdadeiro e o mais famoso felizes para sempre.

Logo no começo da história, somos apresentados a Gothel, uma bruxa que descobre uma espécie de flor mágica, que a faz se tornar jovem e escondia esse dom poderoso. Mas, em um reino próximo, a rainha grávida acaba ficando doente e precisava da tal flor para ser curada. Depois da cura, uma menina loura nasce, mas acaba sendo raptada por Gothel por causa da magia da flor, que permaneceria em suas longas madeixas.

Sendo criada pela bruxa em toda a sua existência e proibida de conhecer o mundo, Rapunzel tenta criar uma rotina de todos os dias, como pintar e pentear seu longo cabelo, claro. Sua “movimentada” vida é alterada quando aparece um sujeito boa-pinta, mas um ladrão atrapalhado chamado Flynn Rider, que para a mocinha será a porta de entrada para as descobertas do mundo que não teve a chance de conhecer em sua vida.

Em toda a projeção, a narrativa de Enrolados é a descoberta, não só das coisas boas e perigosas da vida, mas também da verdadeira identidade de Rapunzel, como nas lanternas coloridas que ela fica encantada para ver pessoalmente, mas na verdade, são soltadas em todos os aniversários da princesa desaparecida, na esperança de ela aparecer um dia.

Mesmo com essas sacadinhas, o filme também abusa do modernismo como o galã (não um principe encantado) que não fica preocupado se o cabelo ficar bagunçado, o camaleão que o pertuba e um cavalo inteligente. As maldades da bruxa, por outro lado, pode incomodar os mais pequenos. Já a trilha sonora do lendário Alan Menken é mais um personagem fundamental que torna Enrolados uma película irresistível.

Com uma técnica de tirar o chapeu, uma belíssima trilha sonora e personagens carismáticos, Enrolados revive as histórias contadas por nossas mães antes de dormir, mesmo que o felizes para sempre está presente, de um jeito ou de outro. E não tem como não se emocionar lembrando de "I See the Light", candidata séria ao hall de canções memoráveis da Disney.

Cotação: 8,5

Enrolados (Tangled, 2010)
Direção: Nathan Greno e Byron Howard
Roteiro: Dan Fogelman, baseado em conto de Jacob e Wilhelm Grimm
Elenco (vozes): Mandy Moore, Zachary Levi, Donna Murphy, Ron Perlman, M.C. Gainey, Jeffrey Tambor, Brad Garrett, Paul F. Tompkins, Richard Kiel, Delaney Rose Stein.

sábado, 13 de agosto de 2011

Um Jantar Para Idiotas


Existem filmes de comédia (especialmente americanos) que retratam a história de um homem comum, com ambições na vida e que acaba tendo uma alteração na rotina por conta de um amor ou amigo novo. Talvez, a última situação está mais presente em Um Jantar Para Idiotas, refilmagem de uma comédia francesa de 1988 chamada Le Dîner de Cons, mesmo que essa questão da amizade demore a engrenar.

Tim (Paul Rudd) é um executivo financeiro que está de olho em uma promoção na companhia em que trabalha e provar para a sua namorada Julie o quão pode ser capaz de realizar seus desejos, já que ela está adiando ter um compromisso sério com ele. Um dia, ao impressionar seu chefe, ele tem a chance de ganhar a tão sonhada promoção quando é convidado para um jantar, em que os participantes devem levar pessoas com costumes bizarros e “idiotas” para caçoar e entregar o prêmio de idiota da noite.

È por uma onda do destino que Tim conhece Barry (Steve Carell), um sujeito que trabalha na receita. Doce, mas bobo e cuja esposa o abandonou por um colega de trabalho, acaba se escondendo em um mundo imaginário através de maquetes com ratinhos como bonequinhos. Com todos esses atributos, Tim vê a chance de conseguir a tão sonhada promoção convidando Barry para esse jantar, mesmo com a reprovação da namorada.

Um Jantar Para Idiotas vai além do que a premissa promete indo fundo em gags do gênero, apesar de que o tal jantar estimule o bullying adulto, fazendo com que perca o interesse em continuar a assistir o filme. Isso por que o personagem Barry, mesmo com suas atrapalhadas, é um doce de pessoa e que não merece passar por esse tipo de humilhação.

O que seria do personagem sem essa doçura e ótimo timing cômico. E Steve Carell consegue isso, além ter uma boa química com seu companheiro Paul Rudd, que também está igualmente simpático no papel de Tim. Além de ambos, o filme traz Zach Galifianakis em uma engraçada aparição como o tal colega de Barry, mas auxiliado sempre por Carell.

Mesmo sendo previsível e aquém do esperado, Um Jantar Para Idiotas possui uma lição legal no final: os verdadeiros idiotas são aqueles que não possuem boas intenções e que zombam de outras pessoas. O sorriso do rosto só acaba aparecendo mesmo nos créditos finais ao som da canção "Dear Laughing Doubters", do cantor e compositor norueguês Sondre Lerche. A letra descreve melhor o lado emocional de pessoas como Barry.

Cotação: 6,0

Um Jantar Para Idiotas (Dinner For Schmucks, 2010)
Direção: Jay Roach
Roteiro: David Guion e Michael Handelman, baseados em roteiro de Francis Veber
Elenco: Steve Carell, Paul Rudd, Zach Galifianakis, Jemaine Clement, Stephanie Szostak, Lucy Punch, Bruce Greenwood, David Walliams, Ron Livingston.

domingo, 7 de agosto de 2011

Soundtrack: Jane Eyre


Sublime é uma palavra que pode descreve a trilha sonora de Jane Eyre, novo trabalho de Dario Marianelli que merece certa atenção. Além do trabalho de composição de Marianelli, se junta à interpretação do violinista britânico Jack Liebeck em um perturbador e melancólico trabalho que consegue ficar na memória por um bom tempo.

O uso do violino aqui é triste, transportando-se ao verdadeiro drama da história, na personagem-título baseada no livro de Charlotte Brontë. Exemplos disso estão em faixas como “Wanderling Jane”, “An Insuperable Impediment” e o sentimento de agonia presente em “Jane’s Escape”.

Jane Eyre também traz combinações entre o violino e piano com “The Call Within” e “A Thorough Education” e até a leveza em “A Game of Badminton” e “Yes!”. Eis um trabalho que lembre outras produções de época, até mesmo outros trabalhos compostos pelo próprio Marianelli como Desejo e Reparação.

Jane Eyre possui uma composição que funciona em qualquer hora, todas em total sintonia, romântica, mesmo sendo triste, mas no sentido de ser bela e tocante. Pode-se considerar no hall de trabalhos notáveis do composer italiano, que já entregou vários trabalhos memoráveis, mesmo em produções pequenas. Já o filme com Mia Wasikowska e Michael Fassbender ainda não possui uma data de estréia no Brasil. Para fazer o download da trilha, clique aqui.

domingo, 31 de julho de 2011

Carros 2


Em 2006, a Pixar Animation Studios lançou Carros, uma declaração nostalgica de John Lasseter as estradas americanas antigas e acompanhado de uma uma simples lição de moral que atingia a todas as idades, envolvendo um piloto de corrida que teve que se desviar do caminho para aprender grandes valores com relação a bondade e a amizade. Mesmo não sendo uma obra-prima, o que valia era a história simples, técnica impecável e uma trilha sonora deliciosa.

Mesmo com esses elementos positivos, Carros é considerado – em relação a roteiro – o mais fraco da Pixar. È uma surpresa ver um filme como esse ganhar uma sequência e uma das maiores perguntas era qual seria a história da vez, já que houve uma certa conclusão logo mesmo no primeiro com relação ao destino daqueles carrinhos.

Carros 2 inicia com Relâmpago McQueen, campeão da Copa Pistão, retornando a cidadezinha de Radiator Springs para rever seus amigos, especialmente o guincho Mater. O descanso é adiado quando McQueen aceita participar de uma corrida que tem como objetivo promover um combustível não-poluente e convida Mater para acompanhá-lo. O que não esperava era que o guincho caipira fosse confundido pelo Serviço de Inteligência Britânica como um espião americano.

A nostalgia das estradas e a lição de moral do primeiro filme dão lugar a uma trama de espionagem que bebe da fonte de filmes como a série 007. A escolha de Mater como o protagonista da vez foi acertada, já que o guincho é carismático e engraçadinho, mas o roteiro não explora bem a dramaticidade da amizade dele com McQueen, mas sim a relação entre os espiões Flynn McMíssil e Holly Caixadibrita.

A técnica ainda é impecável. Além do ótimo trabalho de Michael Giacchino na trilha instrumental, o design dos carros que vão desde do Aston Martin (o carro de James Bond) até mesmo a versão vampiro de Mater e passando também pela rainha da Inglaterra, além do tour em cidades como uma Tóquio cheia de neon, além de Londres e uma bela Paris de Ratatouille.

Em comparação a outras produções da Pixar, Carros 2 possui um roteiro preguiçoso por usar elementos conhecidos de outros filmes para interagir com os mais novos, cumprindo sua função de entreter. Mas, até é fácil perdoar os criadores de filmes que já marcaram muitas infâncias. Até os geniais possuem bloqueios de ideias e isso é o caso de Carros 2.

Cotação: 6,5

Carros 2 (Cars 2, 2011)
Direção: John Lasseter e Brad Lewis
Roteiro: Ben Queen, baseado em história de John Lasseter, Brad Lewis e Dan Fogelman
Elenco (vozes): Larry the Cable Guy, Owen Wilson, Michael Caine, Emily Mortimer, Eddie Izzard, John Turturro, Joe Mantegna, Thomas Kretschmann, Bonnie Hunt, Jeff Garlin, Tony Shalhoub, Jason Isaacs.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Comentários sobre o trailer de The Ides of March


O drama político Boa Noite e Boa Sorte, segundo filme dirigido pelo ator George Clooney teve como ambiente a liberdade de expressão nos tempos do chamado 'Macarthismo'. È uma produção que acertou não só tensão da história, mas também de usar o preto e branco e encaixar perfeitamente as imagens de arquivo.

Depois de se aventurar na direção de uma comédia de época, Clooney volta ao terreno político com The Ides of March, beseado na peça Farraguth North, escrita por Beau Willimon e trazendo atores como Chris Pine, Olivia Thirlby e Chris Noth nos papéis principais. A trama é centrada no governador de Iowa, do partido democrata americano durante sua campanha como candidato as eleições presidenciais e em seu assessor de imprensa que vê-se envolvido com o lado corrupto da política.

George Clooney interpreta o candidato e Ryan Gosling, seu assessor. Além deles, o elenco conta com Philip Seymour Hoffman, Paul Giamatti, Marisa Tomei, Jeffrey Wright, Max Minghella e Evan Rachel Wood. O filme irá começar sua carreira como filme de abertura do Festival de Veneza, o mesmo que abriu as portas para Boa Noite e Boa Sorte tempos atrás. A previsão de estreia é para 21 de outubro.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

X-Men: Primeira Classe


Alguns filmes baseados em heróis em quadrinhos arrecadam muito nas bilheterias, mas não correspondem as expectativas do público, especialmente os fãs. Por esse motivo, são pensadas nas histórias de origem, dando certo fôlego as franquias já existentes, isso já aconteceu com Batman, brevemente com o Homem-Aranha e agora com os mutantes de X-Men, que depois de dois bons filmes, patinou na terceira parte e erraram em criar uma história de origem de seu personagem mais famoso.

X-Men: Primeira Classe é a mais nova produção envolvendo os mutantes, mas para contar do início o relacionamento entre o Professor X e Magneto, posteriormente inimigos. A história tem como fundo os anos 1960, em plena Guerra Fria. Em um lado da moeda, temos Erik Lensherr (Michael Fassbender), testemunha dos horrores da época, perdeu a mãe assassinada pelos nazistas e se dedicou a vingá-la. Do outro lado, temos Charles Xavier (James McAvoy), um sujeito bem formado e (porque não?) sedutor.

Com a crise dos mísseis que envolvem Estados Unidos, União Soviêtica e Cuba, que ameaçam uma terceira guerra mundial, um oficial nazista chamado Sebastian Shaw (Kevin Bacon), mutante que usa seus poderes para influenciar líderes em iniciar a liberação da energia atômica dos mísseis, formando poderes aos mutantes, fazendo com que a CIA entre em cena para deter Shaw e recrutam Charles e Erik para ajudar.

Juntamente com essa questão da típica batalha entre o bem e o mal, X-Men: Primeira Classe dá certa carga dramática aos peronagens. Os mutantes são jovens que além de lidar com os dilemas da idade, também precisam enfrentar o preconceito da sociedade em aceitar seus maiores dotes. O exemplo dessa busca estão nos personagens Mística e Fera, que tem dificuldades em se aceitarem como são, além das lembranças que pertubam Magneto e mostrar um lado bom que até o próprio desconhecia.

A escolha do elenco jovem, mas eficiente merece méritos, começando com a dupla James McAvoy e Michael Fassbender, que além de mostrar maior sintonia e também humanizar seus personagens e ficar na torcida para amizade deles durarem para sempre, mesmo o espectador ter noção das reviravoltas na relação de ambos. McAvoy conquista pelo carisma, Fassbender pela força de seus objetivos, tornando-se o mais fascinante do filme.

Além deles, temos personagens com grande importância na narrativa, cumprindo muito bem suas funções. A exemplo dos jovens mutantes que buscam por uma cura para o chamado problema, graças a atuações eficientes de Jennifer Lawrence como Raven/Mística e de Nicholas Hoult no papel de Hank/Fera, além de Kevin Bacon, dando a seu Sebastian Shaw toda a perversidade e algumas vezes, irreconhecível em cena. O filme ainda conta com as presenças de Rose Byrne, January Jones e Oliver Platt, este último numa rápida aparição.

X-Men: Primeira Classe, além de dar fôlego novo a franquia que encontrava-se desgastada, consegue trazer uma perfeita combinação que falta aos filmes-pipocas atualmente: inteligência, eficiência e dramaticidade, além de divertir, claro.

Cotação: 8,5

X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, 2011)
Direção: Matthew Vaughn
Roteiro: Ashley Miller, Zach Stentz, Jane Goldman e Matthew Vaughn, baseados em história de Sheldon Turner e Bryan Singer
Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Kevin Bacon, Rose Byrne, Jennifer Lawrence, Oliver Platt, Jason Flemyng, Zoë Kravitz, January Jones, Nicholas Hoult, Caleb Landry Jones.

terça-feira, 12 de julho de 2011

O que esperar de As Aventuras de Tintim?

As Aventuras de Tintim, do belga Hergé foram apresentadas pela primeira vez em um jornal francês que tinha um caderno voltado para o público infantil em 1929. Posteriormente, as aventuras do jovem repórter e seu fiel companheiro canino Milu ganharam outros exemplares literários, produtos como selos postais e uma série de desenhos que no Brasil eram exibidos na TV Cultura nos anos 1990. Mas o que a série tinha de interessante é mesclar mistério e humor com personagens carismáticos e divertidos para a mais variada faixa etária.

Era inevitável que as fascinantes aventuras de Tintim fossem ganhar um filme, ainda mais com Steven Spielberg e Peter Jackson juntando forças para tornar realidade, mas claro do uso da técnica atual da captura de movimentos, usada muito por Robert Zemeckis em filmes como O Expresso Polar, substituindo as atuações em carne e osso. Pelo que o primeiro trailer completo de The Adventures of Tintin: Secret of the Unicorn apresenta, a escolha desse critério por Spielberg pode ser descrito como parecer chegar perto da essência da obra, ao mesmo tempo em que se usasse o live action, teríamos atuações caricaturais, especialmente de personagens como Capitão Haddock e da dupla Dupond e Dupont.

Pelo trailer, pode-se esperar por um filme com muita ação e mistério, além de uma técnica impecável, especialmente na trilha composta por John Williams, parceiro habitual de Spielberg. No elenco que empresta seus movimentos (e vozes) aos personagens, nomes como Jamie Bell (Tintim), Andy Serkis (Capitão Haddock), Daniel Craig (Red Rackman), Simon Pegg e Nick Frost (Dupond e Dupont). A estreia está prevista para 11 de novembro de 2011. Fique com o trailer de Tintim logo abaixo:

quarta-feira, 6 de julho de 2011

As Coisas Impossíveis do Amor


No começo de As Coisas Impossíveis do Amor, somos apresentados a belas fotos da protagonista vivida por Natalie Portman com seu filho recém-nascido, mostrando emoção e alegria num momento como esse. Mas é o dilema da maternidade que o filme tenta tratar, já que a personagem precisa enfrentar a perda e esforços para ser aceita.

Emilia é uma jovem que começa a trabalhar em um escritório de advocacia pertencente a Jack (Scott Cohen). Ali, eles começam a ter um caso que resultou no fim do casamento de Jack com a médica Carolyn (Lisa Kudrow, conhecida pelo seriado Friends). Posteriormente, Jack e Emilia se casam e têm uma filha que por causas naturais, faleceu dias depois de nascer. Além da difícil superação com a morte precoce da filha, Emilia ainda tenta conquistar seu enteado, ao mesmo tempo que lida com os ciúmes de Carolyn.

As reais intenções do filme é apagar a famosa imagem da madrasta, que sempre é vista como temida e sempre rejeitada. È o ponto de vista dela, com suas dificuldades em manter o casamento, ao mesmo tempo que tenta se aproximar do filho de seu marido, sendo uma confidente, com o típico "Pode deixar que não conto, será nosso segredinho", ao mesmo tempo que seu pai reaparece pedindo perdão por ter trocado a esposa por outra.

Enquanto o filme traz estas qualidades de premissa, mas possui personagens sem simpatia. Tirando Emilia que é bem defendida por Natalie Portman, temos uma caricatura na forma de Lisa Kudrow, como a ex-esposa ciúmenta Carolyn, além de o Jack de Scott Cohen ficar apagado em muitos momentos, o que pode ser considerado um pecado pelo tamanho da importância de seu personagem.

O que As Coisas Impossíveis do Amor ganha em conflitos, perde por ser vazio, principalmente em explorar as pessoas importantes ao redor de Emilia, fazendo com que fique cansativo am alguns momentos. Mas, valeu por abrir as oportunidades e mostrar que é possível explorar melhor o ponto de vista da outra mulher e fugir dos estereótipos dos contos de fada.

Cotação: 6,0

As Coisas Impossíveis do Amor (The Other Woman, 2009)
Direção: Don Roos
Roteiro: Don Roos, baseado em livro de Ayelet Waldman
Elenco: Natalie Portman, Scott Cohen, Lisa Kudrow, Charlie Tahan, Lauren Ambrose, Anthony Rapp, Daisy Tahan, Elizabeth Marvel, Michael Cristofer, Debra Monk.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Meia-Noite em Paris


No início de Meia-Noite em Paris, o protagonista diz em um momento que largaria sua vida nos EUA - em que é um roteirista de filmes - para viver em Paris. Porque além de ser um colírio visual, é um lugar perfeito para escritores frustrados terem certa inspiração para escreverem suas histórias. Um pensamento romântico, digamos.

Gil (Owen Wilson) desembarcou em Paris com sua noiva Inez (Rachel McAdams), acompanhar os pais desta que estão a negócios por lá. Ele é um sujeito idealista e sonhador, acha que a Cidade-Luz é mais encantadora na chuva. Ela é mais realista e fútil, pensando somente o que está ao seu redor têm a ver com o consumismo, além da aproximação maior com um pedante ex-namorado dela, um pseudo-intelectual.

Não conseguindo se adaptar a rotina “agitada” de sua noiva e dos amigos dela, Gil começa a fazer passeios noturnos pela cidade e quando o sino toca na meia-noite, ele acaba se deparando com algumas figuras como os escritores Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald e sua esposa, Zelda, o músico Cole Porter, o pintor Pablo Picasso, entre outros, na época dos anos 1920, quando eles andavam por cafés e pontos turísticos.

Depois de começar estes passeios noturnos, Gil deparou-se com o seu maior sonho de viver a época dos anos 20, ou poderia estar ficando neurótico, é um dilema que Gil enfrenta: querer viver este sonho ou voltar para os EUA e ter uma vida miserável. O que pode ser separado entre a fantasia ou a imaginação numa situação dessas?

Woody Allen coloca em discussão a imagem de Paris, que possui um acervo histórico muito rico, especialmente na Belle Époque, a era de ouro da beleza. È uma viagem turística-histórica que não exige muito conhecimento do espectador, só viajar na fantasia, sonhar acordado. O clima do filme lembra muito da declaração de amor de Manhattan e da fuga da realidade de A Rosa Púrpura do Cairo.

Sobre o elenco, Owen Wilson faz seu tour de force como Gil Pender, incorporando bem os tiques de Allen sem soar forçado. A carismática Rachel McAdams está ótima, mas infelizmente não é muito beneficiada por sua Inez causar total antipatia. Do outro lado, temos a sensacional Marion Cotillard como Adriana, musa inspiradora de Picasso, além de Michael Sheen, como o amigo pedante Paul, Alison Pill como a esposa de Fiztgerald e Adrien Brody, numa breve, mas impagável participação como Salvador Dalí.

A vida necessita que podemos embarcar em um lugar e procurar inspiração. È isso que Meia-Noite em Paris quer proporcionar para os amantes de um bom e belo Cinema. Sonhar não é um perigo, é uma das maiores artes que existem para entendermos o significado da vida.

Cotação: 9,5

Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris, 2011)
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Owen Wilson, Marion Cotillard, Rachel McAdams, Mimi Kennedy, Michael Sheen, Kurt Fuller, Kathy Bates, Corey Stoll, Léa Seydoux, Adrien Brody, Carla Bruni, Alison Pill, Tom Hiddleston, Gad Elmaleh, Nina Arianda.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Soundtrack: Water for Elephants


A adaptação do best-seller Água para Elefantes, traz uma trilha sonora graduada pelo competente James Newton Howard, conhecido por scores como das versões de Christopher Nolan para Batman, em parceria com Hans Zimmer, além de produções como A Vila e King Kong.

Water for Elephants traz uma composição delicada, ao mesmo tempo que toques mágicos, lembrando um pouco o trabalho de Alexandre Desplat para O Curioso Caso de Benjamim Button. Exemplos de delicadeza estão em "Did I Miss It" e "Circus Fantasy". Além da transição entre o romantismo com "Jacob Sees Marlena" e na agitada "The Circus Sets Up".

De acordo com a premissa - passando-se no periodo da Crise de 1929 - as faixas "I'm Confessin' (That I Love You)", "Barbara's Tent" e "Don't Tell Him What Happened to Me", com está música misturando música de época com os acordes do violino. Mesmo que poucas faixas como "'I Can See Straight Through You" que precisava de um acabamento melhor, mas no resultado como um todo, é de um belíssimo trabalho, ainda mais referente a um filme de romance. Para fazer o download, clique aqui.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos


"A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, e que não significa nada." - William Shakespeare


A citação vinda da obra de Shakespeare, Macbeth, poderia descrever Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos, empreitada de Woody Allen. O título pode parecer mais uma comédia romântica habitual, mas são sobre pessoas (ou seja, casais) que não estão passando por mar de rosas, mas sim frustradas e sem controle com relação ao que acontece ao redor delas.

Somos apresentados a uma senhora chamada Helena (Gemma Jones). Ela tenta superar o fim de um casamento que durou mais de 40 anos com Alfie (Anthony Hopkins), este preocupado em recuperar a juventude com bronzeamentos artificiais e se apaixonando por uma prostituta de luxo (Lucy Punch), que só está com ele por causa dos bens materiais. Enquanto Alfie está nas nuvens, Helena começa a visitar frequentemente Crystal (Pauline Collins), uma vidente que sempre está prevendo que ela irá conhecer um novo amor, apesar do espectador conseguir perceber as reais intenções dela.

No outro canto da história, temos a filha do casal, Sally (Naomi Watts) que mantêm uma relação desgastada com Roy (Josh Brolin), um médico que não exerce a profissão e tenta ganhar a vida como escritor. O que acaba balançando mais a narrativa de desencontros, entram em cena Dia (Freida Pinto), a vizinha “de vermelho” e Greg (Antonio Banderas), patrão de Sally.

O que Woody Allen passa em sua obra é o tamanho da frustração dessas pessoas, independente da classe ou beleza e até das expectativas na figura de Helena, que vê na vidente um porto seguro para seus problemas e fazê-la acreditar novamente em viver a vida, com uma outra pessoa, talvez, um estranho, alto e escuro? Ou do lado de Sally que começa a ter alto estima depois que começa a se relacionar com seu chefe, mesmo como uma amiga.

Além do estudo de personalidades, Allen brinca com os diálogos afiados, mesmo sendo batidos e vistos em algumas obras anteriores do cineasta novaiorquino, além de ter um bom elenco em sintonia, com destaque para Naomi Watts, Josh Brolin (em um papel com semelhanças ao próprio Allen) e Gemma Jones, a maior surpresa do filme.

Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos é uma crônica filmada, sobre o comportamento humano, suas ilusões não só presente na parte amorosa. È pessimista, ok, mas é essa característica que torna as obras de Woody Allen irresistíveis, mesmo as suas menores histórias valem um esforço...

Cotação: 8,0

Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos (You Will Meet a Tall Dark Stranger, 2010)
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Gemma Jones, Pauline Collins, Anthony Hopkins, Naomi Watts, Josh Brolin, Freida Pinto, Antonio Banderas, Lucy Punch, Anna Friel.

sábado, 7 de maio de 2011

Comer Rezar Amar


"Um conselho: tente não desmoronar o tempo todo ou então isso se torna um hábito."

A intenção de Comer Rezar Amar - o best-seller - é contar as experiências reais da jornalista norte-americana Elizabeth Gilbert, que estava em uma encruzilhada, mas demostrou bem através da escrita que conseguiu se recuperar e encontrar um novo rumo à sua vida, isso tudo no mais açucarado possível para causar a identificação imediata. A mesma coisa é o filme baseado em sua história.

Liz (interpretada por Julia Roberts) é uma mulher que aparenta ter uma vida confortável, com um marido que a ama e um bom emprego, mas sente um vazio em sua vida pessoal. Após lidar com um intenso divorcio, ela se aventura com um jovem ator, que também não estava feliz. Vendo que sua vida amorosa não está num mar de rosas, Liz resolve sair da rotina de Nova York e partir para uma longa viagem rumo à três continentes distintos: Itália, Índia e Bali.

Na Itália - especialmente Roma - ela aprende algumas palavras em italiano, conhece pessoas que estão na mesma situação que ela (são turistas) e, claro, comer muito. Chegando no continente indiano, depara-se com o lado espiritual e faz amizade com Richard do Texas (papel de Richard Jenkins). E chegando em Bali, já imaginamos aonde a palavra amar encaixa. Tudo isso numa viagem de autoconhecimento próprio da Liz como pessoa e aprender a se amar.

A película é uma verdadeira viagem, são 133 minutos de duração, o que acaba deixando a experiência cansativa, assim como o livro, que tinha a vantagem da imaginação. Mas, o tempo não impede de contar toda a experiência da protagonista que resumindo é comer, rezar e amar, causando a sensação de um dia jogar tudo para o alto e fazer essa viagem, mesmo com o clichê presente na maioria dos filmes do gênero.

A produção traz uma fotografia bela, principalmente nas cenas passadas em Bali, a parte menos interessante, apesar de ter Javier Bardem como um brasileiro que está mais para um espanhol, uma atuação nada demais vindo um ator como ele. Mas, o maior nome do filme é mesmo Julia Roberts. Ela conseguiu dar mais simpatia que a Liz do livro já tinha, passar as dores que ela sente para o espectador se identificar. Além de Roberts e Bardem, temos Richard Jenkins, ótimo como Richard do Texas e um apagado James Franco.

Comer Rezar Amar é um verdadeiro 'chick flick'. Você precisa de um filme como esse de vez em quando para mostrar que a vida é uma viagem e ela passa muito rápido, mesmo sendo uma premissa persuasiva para identificação imediata. E mesmo com a longa duração, vale a pena pensar em dar uma escapada da vida para comer, rezar e amar de um modo verdadeiro.

Cotação: 8,0

Comer Rezar Amar (Eat Pray Love, 2010)
Direção: Ryan Murphy
Roteiro: Ryan Murphy e Jennifer Salt, baseados em livro de Elizabeth Gilbert
Elenco: Julia Roberts, Javier Bardem, Richard Jenkins, James Franco, Billy Crudup, Viola Davis, Welker White, Luca Argentero, Andrea Di Stefano.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Comentando o trailer de "One Day"

De vez em quando, precisamos de um filme com um casal bonito, emocionante e também uma história bem desenvolvida, mesmo aparentando ser açucarado. O trailer de One Day não foge desses elementos, mas mostra-se uma promessa, comparando com os filmes do gênero atualmente.

O filme é adaptação do livro de David Nicholls, intitulado Um Dia - Vinte Anos, Duas Pessoas e conta a história dos personagens de Anne Hathaway e Jim Sturgess, que se conhecem numa formatura na Escócia em 1988, onde passam um dia juntos e posteriormente, cada um segue seu rumo. E ao longo de 20 anos, eles ainda se encontram todo dia 15 de Julho, aniversário do dia em que se conheceram.

Nesses dois minutos e meio de trailer, já dá para ficar apaixonado pelo trabalho fotográfico, o introsamento do casal protagonista e ainda ver Anne Hathaway com sotaque britânico, visto no pouco conhecido Amor e Inocência, biografia da autora inglesa Jane Austen.

One Day é dirigido pela diretora de Educação, Lone Scherfig e roteirizado pelo próprio David Nicholls, só por isso, podemos esperar fidelidade à história e o elenco conta ainda com as presenças de Patricia Clarkson e Romola Garai. Ainda não há uma data de estreia no Brasil, mas o livro que inspirou a obra tem previsão de lançamento para 13 de Maio. Veja o trailer abaixo:

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Rio


O Rio de Janeiro é considerado uma das cidades mais belas do mundo, rica em beleza natural, festas contagiantes como o carnaval, a alegria de seus habitantes e inspiração para muitos escritores, compositores, cineastas e pessoas que procuram por aventuras. È o que acontece com Blu, protagonista da animação Rio, da Blue Sky Studios.

Blu é uma arara azul que viveu no Brasil quando filhote, mas depois de uma distração, ele acaba sendo capturado por contrabando e indo parar em uma pequena cidade em Minnesota. Ele é achado por uma moça chamada Linda, em quem estabelece uma relação muito afetiva. È um animal que tem alguns vícios de gente grande como amar chocolate quente, mas não voa.

A calmaria de ambos em um lugar frio é balançada com a chegada do biólogo Túlio, que fica surpreso ao deparar-se com Blu, já que é uma espécie rara. Com isso, ele convida Linda e seu mascote para irem ao Rio de Janeiro para “namorar” a fêmea Jewel e procriar outras espécies de arara e, assim evitar a extinção total.

Mas, chegando ao Rio - na temporada do Carnaval – Blu faz amizade com dois pássaros, um tucano chamado Rafael, um buldogue que baba, além de lidar com perigos ao lado de Jewel, que fogem de um pássaro feio e acabado, além de lidar com as neuroses de não saber voar e começar a conhecer o lado aventureiro e as belezas que o Rio tem.

Rio é a visão bela sobre a cidade maravilhosa, com os elementos que fazem dela reconhecida mundialmente presentes como o samba, futebol e o habitat natural. A parte técnica é de encher os olhos, principalmente em cenas aéreas no Cristo Redentor e do Carnaval na Sapucaí, as favelas sintonizadas em jogos da Seleção Brasileira contra Argentina, adversários clássicos e acompanhada de canções gostosas e de personagens simpáticos.

Rio não merece ser lembrado como um merchandising para promover a cidade, mas sim um filme de férias, no sentido de cumprir as expectativas de diversão, boa música, descontração e a beleza. Dá vontade de sair do Cinema, colocar o pé na estrada e aproveitar muito e acreditar que o Rio de Janeiro continua lindo...

Cotação: 9,0

Rio (idem, 2011)
Direção: Carlos Saldanha
Roteiro: Don Rhymer
Elenco (vozes): Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Rodrigo Santoro, Leslie Mann, Jamie Foxx, Will.i.Am, George Lopez, Tracy Morgan.

domingo, 24 de abril de 2011

Tropa de Elite 2


Tropa de Elite, produção de 2007, foi um dos maiores sucessos do cinema nacional nos últimos anos por conseguir de forma arriscada, mas eficiente mostrar sem os elementos dos chamados “contos de ficção” para abrir discussões sobre situações que a sociedade atualmente vive, principalmente com relação à violência e também introduziu ao público um personagem durão, mas que ganhou cativação: o capitão Nascimento (interpretado por Wagner Moura).

Nessa sequência, além da inclusão de flashbacks como recapitulação do primeiro filme, traz Nascimento até então, líder do BOPE, acaba por ser afastado de seu cargo depois de uma malsucedida operação em uma rebelião. Mas, promovido a Subsecretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro ao mesmo tempo que enfrenta problemas pessoais, como a difícil relação com seu filho, que cria maior admiração por seu padrasto, o deputado estadual esquerdista Diogo Fraga (Irandhir Santos).

Além desse dilema de sentir a solidão não só pessoal como profissional depois de sua promoção, Nascimento acredita que em um cargo maior como a secretaria de segurança teria a chance de “quebrar o sistema” e derrotar o tráfico, mas ele descobre que os maiores inimigos estão mais perto do que ele imagina.

No início do filme, é colocado uma frase como “apesar das possíveis coincidências com a verdade, é uma obra de ficção”, percebe-se ao decorrer da história que as coincidências são muitas, principalmente com a situação que o Rio de Janeiro passou meses atrás. Diferente do primeiro Tropa de Elite, aqui a premissa é mais complexa, indo na espinha disso e o que os políticos que elegemos estão fazendo.

O filme é bem sucedido nessa questão, assim como a direção competente de José Padilha não só nas cenas de ação, mas também na tensidade. Junto a isso, temos uma edição acertada e atuações acima da média, principalmente por parte de Wagner Moura e Irandhir Santos.

Tropa de Elite 2 não é documentário ficcional, nem uma crônica-denúncia. Mas sim, um filme de reflexões sobre as questões sociais e políticas, temas que as pessoas só de escutarem, já ficam com certo pé atrás e fogem da discussão, além de também ser um entretenimento bem trabalhado e acima da média

Cotação: 9,5

Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro, 2010
Direção: José Padilha
Roteiro: José Padilha e Bráulio Mantovani, baseados em obra de Luiz Eduardo Soares, Rodrigo Pimentel, Cláudio Ferraz e André Batista
Elenco: Wagner Moura, Irandhir Santos, André Ramiro, Pedro Van Held, Maria Ribeiro, Sandro Rocha, Milhem Cortaz, Tainà Müller, Seu Jorge, André Mattos, Fabrício Boliveira, Emílio Orcillo Netto.

domingo, 17 de abril de 2011

Idas e Vindas do Amor


È um tabu nos EUA que o dia 14 de fevereiro é uma espécie de “feriado”, é o dia dos namorados. Uma chance das pessoas de tirarem um dia todo para ficar com a outra metade da maçã, com seu namorado ou esposo e vice-versa. Reunindo um elenco de talentos distintos, Idas e Vindas do Amor conta histórias paralelas sobre o mesmo tema: o amor.

Passando-se em Los Angeles, histórias paralelas de pessoas na total expectativa pelo Valentine’s Day. Tem a paixonite infantil, a primeira vez entre dois jovens, aquela que está completamente apaixonada, mas não sabe que ele é casado, um casal em flerte no avião, aqueles que odeiam o dia e organizam festas para os que lidam com esse mesmo dilema, as desilusões amorosas, o medo de ficar só nessa data e outros casos.

Filmes como Simplesmente Amor e a série de segmentos Cities of Love conseguiram conquistar não só pelo tema do amor, mas por fazer a junção disso com outros temas como o Natal e a convivência de pessoas em determinado lugar. Aqui nesse Idas e Vindas do Amor o constante do dia dos namorados é tamanha que pode acabar entediando, assim como os típicos clichês usados no gênero.

Existem historinhas bacanas, mas o maior problema acaba por enfocar mais os personagens de Ashton Kutcher e Jennifer Garner, atores que viraram carteirinha fichada neste tipo de produção, assim como a historinha desnecessária protagonizada por Taylor Lautner e a cantora Taylor Swift, como um casal muito apaixonado que chega a irritar. Mas, o filme tem alguns bons momentos graças às presenças de Julia Roberts, Anne Hathaway, Hector Elizondo e do garotinho Carter Jenkins.

Idas e Vindas do Amor é um daqueles filmes que você precisa estar no clima total para embarcar, principalmente em momentos doces da vida, mas é somente por isso. È um entretenimento bobo, em que já logo no começo da projeção já sabemos como vai terminar, apesar das poucas surpresas que envolvem alguns casais...

Cotação: 5,0

Idas e Vindas do Amor (Valentine's Day, 2010)
Direção: Garry Marshall
Roteiro: Katherine Fugate, baseada em história de Abby Kohn, Katherine Fugate e Marc Silverstein
Elenco: Jessica Alba, Kathy Bates, Jessica Biel, Bradley Cooper, Eric Dane, Patrick Dempsey, Hector Elizondo, Jamie Foxx, Jennifer Garner, Topher Grace, Anne Hathaway, Carter Jenkins, Ashton Kutcher, Queen Latifah, Taylor Lautner, George Lopez, Shirley MacLaine, Emma Roberts, Julia Roberts, Taylor Swift.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Não Me Abandone Jamais


"Nunca tinha me ocorrido que nossas vidas, tão intimidamente entrelaçadas, pudessem se separar tão rapidamente. Se eu soubesse, talvez teria mantido apertado as mãos neles e não deixar as marés invisíveis nos separar."

A premissa por trás de Não Me Abandone Jamais não é das mais simples de digerir, mesmo com o título aparentar um romance meloso com final feliz. O drama com toques de ficção científica possui os elementos do amor, mas o maior objetivo dele é abrir discussões sobre a vida humana e o sentimental de cada um.

Em um colégio chamado Hailsham, estudavam os protagonistas da história, Kathy, Ruth e Tommy. È uma escola britânica tradicional, com uma educação rígida e regras, principalmente na questão da alimentação e do corpo, em que o propósito era que todos são alunos especiais, no sentido em que foram “criados” para doar órgãos, segredo descoberto por eles na adolescência através de uma professora ser demitida ao conversar com seus alunos sobre o futuro deles.

Depois que crescem, o trio já interpretados por Carey Mulligan, Keira Knightley e Andrew Garfield, se veem envolvidos em um triângulo amoroso, com Ruth e Tommy já engatinhado um relacionamento e Kathy na ponta por sentir algo especial por seu amigo de infância, além das descobertas e decepções com relação ao futuro.

O tema delicado da história baseado no bom livro de mesmo nome escrito pelo japonês Kazuo Ishiguro poderia entrar nas armadilhas do gênero, como o abuso de efeitos visuais, fazendo com que a história fique de escanteio, mas felizmente, a sutileza é um elemento que disfarça a ilusão de vida que aquelas crianças viveram e o desejo delas em apreciarem a vida, como por exemplo acreditarem em rumores de que “se mostrarem que estão apaixonadas, poderá ter um adiamento.”

A direção de Mark Romanek, em seu segundo longa-metragem, acerta no tom da delicadeza e segurança, sem cair no forçado, juntamente com um belíssimo trabalho fotográfico e uma melancólica trilha sonora composta por Rachel Portman. á no quesito atuações, Carey Mulligan dá a Kathy sensibilidade e sonhos, além de ficar responsável pela narração em off, que pode cansar um pouco, mas sem comprometer seu trabalho. Keira Knightley está bem num papel diferente de seus trabalhos anteriores, mas causando antipatia pela personagem arrogante. Já Andrew Garfield apresenta um menino bobinho, mas causando uma certa torcida por ele, graças ao seu carisma.

Não Me Abandone Jamais é sutil a um tema delicado, sobre relações humanas, solidão e as coisas na vida que esses personagens querem realizar, mas deparam com a impossibilidade de constituírem sonhos, muito por causa de planos elaborados pelo homem e não permite uma opinião de escolha. E não é ética a maior preocupação do filme, mas sim com a parte poética, humana.

Cotação: 8,5

Não Me Abandone Jamais (Never Let Me Go, 2010)
Direção: Mark Romanek
Roteiro: Alex Garland, baseado em livro de Kazuo Ishiguro
Elenco: Carey Mulligan, Keira Knightley, Andrew Garfield, Sally Hawkins, Charlotte Rampling, Izzy Meikle-Small, Charlie Rowe, Ella Purnell, Nathalie Richard.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Comentando o trailer de "Midnight in Paris", de Woody Allen

Vicky Cristina Barcelona encontra Manhattan. Isso foi a primeira definição que pode aparecer ao assistir ao trailer do novo filme de Woody Allen, Midnight in Paris ou Meia-Noite em Paris. Essa definição é por causa do teor de imagens deslumbrantes de cartões postais, em que Allen consegue fazer bem, sem deixar de lado a qualidade da história, independente se for Nova York, Londres, Barcelona e agora, Paris.

Aqui, Owen Wilson e Rachel McAdams fazem um casal que está passando uma temporada na cidade luz, tendo aquela paixão à primeira vista pelo lugar. Lá, o personagem de Wilson começa a "fugir" de seu quarto de hotel e depara-se com momentos estranhos, ao mesmo tempo que poderá aprender novas experiências. Isso na noite parisiense à meia-noite.

No elenco da produção, temos nomes como Michael Sheen, Kathy Bates e Adrien Brody, além das conterrâneas francesas Marion Cotillard e Carla Bruni. A previsão de estreia no Brasil é para 03 de junho. Se depender do trailer, teremos um filme simpático, ao mesmo tempo que encantador, de modo educativo. Veja o trailer abaixo:

quinta-feira, 24 de março de 2011

Goodbye, Liz Taylor!

"Sou uma sobrevivente. Um exemplo vivo do que somos capazes de enfrentar e ainda assim sobreviver."





Pode-se dizer que essas fotos dizem muito sobre a beleza e o talento que Elizabeth Taylor tinha. E isso é o mais impotante ao lembrar-se de sua contribuição ao Cinema, não só por consolidar-se como a primeira atriz da história ao receber 1 milhão de dólares de cachê, mas também pela sua participação em causas comunitárias como em combate a AIDS. Pode ter tido uma vida pessoal movimentada e difícil, mas lembramos de Liz pelo que ela foi nas telas, como em sua atuação ao lado de Paul Newman em Gata em Teto de Zinco Quente.

Descanse em paz, miss Taylor!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Atração Perigosa


Boston, capital do estado norte-americano de Massachusetts, é conhecida pelo time de beisebol Red Sox, as Universidades de Harvard e MIT, a escola de tecnologia, além de ter uma comunidade brasileira notável. Mas, além dessas notáveis curiosidades, Boston é conhecida por ser a capital dos assaltos a bancos, que já viraram inúmeras inspirações para roteiros de cinema, com Atração Perigosa incluso nesta listagem.

O filme acompanha um grupo de ladrões de banco, liderado por Doug (Ben Affleck). Eles sempre acharam que a impunidade estava ao lado deles e roubavam sem algum tipo de remorso. Certa manhã, eles resolvem assaltar o banco onde trabalha a subgerente Claire (Rebecca Hall), que sente a tensão de ser a refém, recebendo ameaças do grupo dizendo saberem o nome e o endereço em que ela reside.

Com o medo de serem descobertos pelo FBI, com o incentivo de seu parceiro de gangue Jem (papel de Jeremy Renner), Doug começa a se aproximar de Claire, com o intuito de saber se ela informou algo comprometedor. Os dois acabam ficando muito próximos e sem a moça perceber que esse homem charmoso é o mesmo que a deixou traumatizada dias atrás e paralelamente com o agente do FBI Adam Frawley (Jon Hamm, conhecido pela série Mad Men) fazendo uma investigação intensa atrás dos assaltantes.

A premissa aparenta ser batida, como muitos filmes de assalto, na trama do “bandido busca se redimir depois que encontra o amor”. Mas, aqui, o diretor Ben Affleck preocupa-se com o lado dramático dessa linha, sem deixar cair à peteca no que se refere ao bom uso da câmera nas cenas de assalto, dando o lado tenso que um filme como esse precisa, apesar de não ter reuniões de planejamento de roubos geniais.

O elenco também tem méritos, com o diretor Affleck normal como o protagonista Doug, sem comprometimentos. Junto com ele, temos atuações satisfatórias de Rebecca Hall, Jeremy Renner e Jon Hamm, além de pequenas, mas competentes participações de Chris Cooper e do já falecido Pete Postlethwaite. E ainda temos uma perdida Blake Lively, numa personagem exagerada e sem uma identificação imediata.

Atração Perigosa é um exemplo de eficiência, pela questão da “deficiência” de filmes assim atualmente no gênero policial, ele não só apresenta Affleck como um cineasta talentoso (já mostrado isso em Medo da Verdade), mas também o comportamento de pessoas que vivem em Boston, ao redor de criminosos e não percebem o motivo que as levam para esse caminho.

Cotação: 8,5

Atração Perigosa (The Town, 2010)
Direção: Ben Affleck
Roteiro: Ben Affleck, Peter Craig e Aaron Stockard, baseados em livro de Chuck Hogan
Elenco: Ben Affleck, Rebecca Hall, Jon Hamm, Jeremy Renner, Blake Lively, Pete Postlethwaite, Chris Cooper, Slaine, Brian Scannell, Ed O'Keefe, Jeff Martineau, Titus Welliver.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Scott Pilgrim Contra o Mundo


A intenção do quadrinista canadense Brian Lee O'Malley com a série Scott Pilgrim era dar uma visão diferente do que já foi lançado no mundo das graphic novels, grande forte de empresas como Marvel e DC Comics. Juntamente com esses elementos presentes nas HQs, também o uso das referências pop, dando para os mais jovens uma identificação imediata também com os dilemas dos jovens. E isso é transmitido em sua adaptação cinematográfica.

Scott (Michael Cera) é um sujeito de 22 anos, toca guitarra numa banda de garagem, divide um quarto com seu amigo gay e está as voltas com uma ilusão amorosa, chegando ao ponto de começar um namorico com uma colegial, considerado por seus amigos como parte do luto de fim do namoro ou simplesmente, fraqueza. Até em um certo dia bater os olhos em Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead), vendo-se imediatamente apaixonado.

Mas Ramona guarda alguns segredos e ao começar a namorar Scott, eles retornam de imediato, referindo-se a mocinha ter sete ex-malvados - ou namorados - que vão desde astro de ação até um vegano, pertencem a uma espécie de liga para acabar com ele, ao mesmo tempo em que tenta se livrar da sua namoradinha do colegial.

O visual e a montagem da produção são fundamentais para compor a narrativa da história, com a identificação para leitores dos quadrinhos e também para os novatos que não conhecem bem a história. O diretor Edgar Wright, dos divertidos e lançados direto em DVD Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso é feliz em colocar os games na tela, dando a sensação de estar dentro de um jogo a lá Mario Bros, com direito a bônus extra como vida e moedinhas.

O elenco é outro acerto, jovens atores em boa sintonia, apesar de Michael Cera fazer um tipo de personagem que está habituado a fazer, mas consegue segurar. Mary Elizabeth Winstead também está bem e transmite a sua Ramona simpatia, assim como Ellen Wong como a namoradinha do colegial. Outros destaques ficam por conta de Kieran Culkin (impagável), Alison Pill, Anna Kendrick e das boas participações dos malvados Chris Evans, Brandon Routh e Jason Schwartzman.

Scott Pilgrim Contra o Mundo pode não ser a obra-prima definitiva do gênero, mas é um entretenimento que encanta não só pelo visual, mas também em apresentar personagens divertidos, além da identificação com os costume adolescente, mas é um lado diferencial das produções intituladas Blockbuster e com um toque Cult. È um jogo "cool" na tela!

Cotação: 8,0

Scott Pilgrim Contra o Mundo (Scott Pilgrim vs. The World, 2010)
Direção: Edgar Wright
Roteiro: Edgar Wright e Michael Bacall, baseados em graphic novel de Brian Lee O'Malley
Elenco: Michael Cera, Mary Elizabeth Winstead, Kieran Culkin, Chris Evans, Anna Kendrick, Brandon Routh, Alison Pill, Jason Schwartzman, Ellen Wong, Satya Bhabha, Mark Webber, Mae Whitman, Bill Hader, Johnny Simmons, Thomas Jane.