domingo, 25 de setembro de 2011

Comentários sobre o trailer de J. Edgar, de Clint Eastwood

Bem antes de começar a ser filmado, J. Edgar já nasceu chamando certa atenção - e porque não - polêmica. A nova empreitada de Clint Eastwood será em retratar a história de vida de John Edgar Hoover, que ficou por 48 anos encarregado do Departamento Federal de Investigação, ou simplesmente, FBI. E nos anos 1930, ele ficou conhecido na história norte-americana ao capturar John Dillinger (personagem que já foi alvo de outro filme, Inimigos Públicos).

Mas, pelo que é percebido no trailer de J. Edgar é que não é só o FBI que será contado, mas sim a vida pessoal de Hoover, interpretado por Leonardo DiCaprio. Além de sua trajetória no Departamento de Investigação, que durou até os últimos dias de sua vida, como também um suposto caso com seu protegido Clyde Tolson.

Além da prévia despertar a curiosidade em torno da relação entre Hoover e Clyde através de pequenos detalhes, mostra-se um clima histórico e uma reconstituição de época impecável e de uma direção segura de Eastwood, além de DiCaprio surgir com uma assustadora maquiagem.

O elenco de J. Edgar também é composto por Armie Hammer - conhecido por A Rede Social - como Clyde Tolson, Naomi Watts como Helen Gandy, secretária de Hoover e Judi Dench interpretando a mãe do protagonista. O filme estreia em meados de Janeiro no Brasil, bem na época do chamado Awards Season.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A Árvore da Vida



Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? (Jó 38:4-5)

Por que a vida é assim? Será que estou fazendo a coisa certa? Essa e outras perguntas similares fazemos a nós mesmos muitas vezes, com as respostas vindo devagarzinho no decorrer de nossa existência e questionando sobre o comportamento da sociedade com relação aos acontecimentos naturais e pessoais. Mesmo que aparente ter as respostas, A Árvore da Vida acaba por colocar mais questões em incógnita para que se tenham interpretações sobre um mesmo assunto: o sentido de viver.

O personagem condutor de A Árvore da Vida é o bem-sucedido Jack (Sean Penn, meio apagado), que mesmo com uma vida confortável, existe algo que o perturba muito, relacionado à sua família, que acabou se afastando depois que seu irmão faleceu aos 19 anos. Juntamos a ele para relembrar sua trajetória nos anos 1950, com seus pais (Brad Pitt e Jessica Chastain) começando uma família com o nascimento das crianças e os costumes da época: o pai viajava a trabalho a mãe tinha que ficar em casa para cuidar dos afazeres.

O casal O’Brien possuem personalidades diferentes: o pai impõe uma educação rígida, despertando a sensação de medo, enquanto a mãe é uma mulher delicada, boa e de coração aberto. O pré-adolescente já começa a questionar a atitude do pai para com ele, mesmo que isso seja para ensinar as crianças para desde cedo se tornarem pessoas dignas e aprendam o que a vida prepara.


A Árvore da Vida pode ser classificado em três partes: o começo, o desenvolvimento e o fim. Aqui, Terrence Malick adepta a “imagem conta mais que palavras”, colocando na tela belíssimas imagens que classificam como uma cronologia da existência humana, envolvendo o Big Bang até mesmo a extinção dos dinossauros, chegando ao nascimento de uma criança até como a morte pode afetar a família e até mesmo as pessoas ao redor.

Outra ousadia é a quase falta de diálogos, somente algumas frases de pensamento usado em momentos-chave do filme, que acaba cansando um pouco, mas fazem com que o espectador fique atento - mesmo não deixando totalmente explícito o lado religioso – o que Malick menos quer do público é o questionamento da existência do Criador.

Além da belíssima fotografia, o filme conta com uma trilha sonora inspirada de Alexandre Desplat, que de tão emocionante e bela parece que foi feita no céu e com atuações significativas de Brad Pitt e Jessica Chastain como os pais e de Hunter McCracken como o jovem Jack.

É complicado dizer em palavras sobre A Árvore da Vida, um filme intimista que exige do espectador uma atenção total e assisti-lo mais de uma vez. Complexo que nem a vida, em que tudo pode acontecer, mas que muitas vezes nem demos conta. Essa é a maior das pretensões de Terrence Malick.

Cotação: 8,0

A Árvore da Vida (The Tree of Life, 2011)
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Brad Pitt, Jessica Chastain, Hunter McCracken, Sean Penn, Fiona Shaw, Dalip Singh, Kari Matchett, Joanna Going, Laramie Eppler, Tye Sheridan, Irene Bedard.

domingo, 11 de setembro de 2011

A rotina de Nova York no Cinema


Em 11 de setembro de 2001, os EUA viveram uma alteração de rotina que mudaria e muito não só a vida de pessoas que estavam no lugar e hora errada, mas também o lado econômico e cultural de uma nação, especialmente a cidade de Nova York, que se tornou palco do choque de aviões culminando na queda do World Trade Center em Lower Manhattan.

Agora, Nova York recupera-se aos poucos do ocorrido, mas sempre alertas apostando em campanhas no metrô da cidade no caso de anormalidade e apostando em policiamento reforçado em pontos turísticos. Mas Nova York, um lugar cosmopolita e que desperta os sonhos de muitas pessoas, não merece ser só lembrada pelas coisas ruins, apesar de que hoje, ao completar 10 anos do 11/09, devemos nos solidarizar.


New York sempre é personagem principal de muitos filmes, com cineastas como Woody Allen e Martin Scorsese retratarem no começo de suas carreiras histórias bem contadas, colocando o espectador para sonhar acordado com aquela cidade frenética. Manhattan e Taxi Driver são belos exemplos disso. Mas depois de entregarem as duas obras-primas, Allen e Scorsese juntaram-se com Francis Ford Coppola para Contos de Nova York, em que cada um deles conta em pequenas histórias sobre moradores e sua rotina.


Nova York, Eu Te Amo é outra produção que pelo título já faz uma homenagem à cidade que nunca dorme. Filmado depois de 11 de setembro, o filme acerta em não tocar na ferida do tema delicado, mas sim em contar histórias de pessoas que visitam a cidade, declarando e conhecendo o amor.

Mesmo com os traumas e problemas sociais enfentados em questão do 11/09, Nova York surpreende em conseguir superar eles e continuar sendo uma cidade charmosa, cultural e balançando os sonhos de qualquer mortal.

Obs.: O vídeo abaixo é um tributo do site Moviefone, com a compilação de filmes que usaram a Big Apple como pano de fundo.