quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei


Mesmo com altos e baixos, de acordo com a História, a realeza britânica sempre intriga a atenção, pelos costumes, glamour e a contribuição para o bem-estar de sua população. Mas, pelo que lembramos, não foi retratado algo sobre a vida de Rei George VI, pai da atual rainha Elizabeth II. Em O Discurso do Rei, o foco é sobre um dilema difícil de lidar: a dificuldade de comunicação.

Colin Firth é Albert Frederick Arthur George, ou simplesmente Bertie para os íntimos. Seu pai, o rei George V (Michael Gambon), está a beira da morte e seu irmão, Edward (Guy Pearce) se apaixonou por uma americana chamada Wallis Simpson, divorciada por duas vezes. Com a aproximação da Segunda Guerra Mundial, George é o mais próximo a assumir o trono depois do irmão mais velho, que precisou abdicar.

Mas, ele sofre de uma forte gagueira e já procurava por ajuda para amenizar a situação, com "especialistas" que usam bolas de gude, ou enfatizando que o tabaco melhorava a gagueira. Depois dessas tentativas e com o apoio da esposa Elizabeth (Helena Bonham Carter), ele cruza o caminho do australiano Lionel Logue (Geoffrey Rush), um terapeuta da fala, que usa metodos nada normais, que segundo o próprio, para chegar a raíz do problema.

Mesmo que possa omitir alguns fatos verídicos sobre o monarca, o roteiro acerta na identificação com o dilema do problema de comunicação, que tem elementos como a timidez e a pressão como contribuições maiores. A direção de Tom Hooper, conhecido por trabalhos na TV, tem momentos sofisticados, como o uso da câmera focando um microfone como se fosse o protagonista da história.

Colin Firth está convincente com Bertie, trazendo carisma e superação, conseguindo fazer o espectador torcer por sua cura no final. Impagável e divertido está Geoffrey Rush como Lionel Logue, que consegue ter uma boa química com seu companheiro de cena, além de Helena Bonham Carter, uma simpatia num papel raro em sua carreira, uma mulher sutil e sem efeitos visuais.

O Discurso do Rei é certinho pela realeza, mas grandioso por retratar uma situação que transcedeu gerações e ainda é presente nos tempos atuais. È sobre um representante de seu povo que achou sua própria voz e com ela, trouxe confiança para seu país e preparação para enfrentar grandes desafios.

Cotação: 8,5

O Discurso do Rei (The King's Speech, 2010)
Direção: Tom Hooper
Roteiro: David Seidler
Elenco: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter, Derek Jacobi, Guy Pearce, Michael Gambon, Timothy Spall, Jennifer Ehle, Claire Bloom, Anthony Andrews.

19 comentários:

Kamila disse...

Achei esse filme muito simpático. Adorei a forma como a Família Real inglesa foi tratada, de uma forma humanizada, bem diferente do visto em "A Rainha". Em suma, o filme foi feito sob medida do ponto de vista técnico. A AMPAS ia adorá-lo, é claro...

Mayara Bastos disse...

Kamila, é uma simpatia de filme mesmo, deu para entender o porque da AMPAS ter caido de amores. Em "A Rainha" apesar de ótimo, parecia que a realeza era tratada como a vilã da história. rsrs. ;)

Adecio Moreira Jr. disse...

Eu só acho "certinho" demais. Parece aquelas produções de final dos anos 80/começo dos 90. Mas ainda assim uma delícia.

Abçs!

Mayara Bastos disse...

@JuniorAD, é certinho, mas simpático. Abraços! ;)

bruno knott disse...

Não sou o maior fã do filme, mas admiro as qualidades dele, principalmente no quesito atuações!

Dewonny disse...

Reconheço q tem inúmeras qualidades, mas ñ gostei muito ñ, pra mim é o + fraco do top 10 do oscar!
Bjo! Diego!

Mayara Bastos disse...

bruno, as atuações do trio mesmo que vale, os coadjuvantes mesmo ficaram apagados. rsrs. ;)

Diego, para mim, dos indicados, o mais fraco é "Minhas Mães e Meu Pai". Beijos! ;)

Natalia Xavier disse...

Considero este filme redondo e perfeitinho. Porém, não me chamou tanta atenção assim (a ponto de ganhar o Oscar de melhor filme por exemplo). Mas, a atuação de Firth e Rush, são impecáveis.

Bjs

Mayara Bastos disse...

Natalia, concordo sobre ele ser certinho e sobre ganhar o oscar, tem muitos filmes que estão bem a frente dele, como "Cisne Negro", "A Origem" e até "Toy Story 3". Beijos! ;)

fabiana disse...

Torço muito pro Colin Firth no Oscar.

Mayara Bastos disse...

Fabiana, idem. Aliás, ele já merecia ano passado, né? rsrs. ;)

Maria Vilar disse...

Colin Firth é um fofo! Me apaixonei por ele em Bridget Jones. Aqui, ele parece estar uma graça novamente! :))

Mayara Bastos disse...

Maria, gosto muito do Colin, ele traz carisma e simpatia em seus personagens, principalmente com uma boa carga dramática. ;)

Wallace Andrioli Guedes disse...

Certinho? Sim. Simpático? Sim. Melhor filme do ano? De forma alguma. Longe disso, aliás, já que sequer é o melhor dentre os indicados a melhor filme. E, mesmo que deixemos de lado filmes como CISNE NEGRO, TRUE GRIT, A ORIGEM e TOY STORY 3, O DISCURSO DO REI perde feio na comparação com seu principal concorrente, A REDE SOCIAL. Amanhã estarei na torcida pelos garotos do facebook...

Mayara Bastos disse...

Wallace, pois é. A força do filme está na luta contra a gagueira do protagonista. E "A Rede Social" tem a favor um tema que está junto com os tempos atuais. ;)

Matheus Pannebecker disse...

Oscar à parte, eu gostei bastante desse filme. Não entendo a implicância gratuita que todos tiveram com esse filme só porque ele é "certinho". Destaco, claro, a extraordinária performance de Colin Firth, que faz uma ÓTIMA dupla com Geoffrey Rush.

Mayara Bastos disse...

Matheus, eu também gostei bastante do filme, não tiro os méritos dele. E Colin Firth e Geoffrey Ruch tem uma ótima química. ;)

Anderson Siqueira disse...

Belíssimo roteiro, atuações, figurino e locações. Cultura nas telonas.
Ah! Estou concorrendo a ingressar na Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos. Dê uma visitada no meu blog e se achar bacana (conteúdo e layout)... Quero vir a somar.
Abraço.
=]

Mayara Bastos disse...

Anderson, boa colocação. E vou fazer uma visita a seu blog. Abraços! ;)