
Domingo, 7 de março, fomos apresentados a um Oscar que prometia uma "grande" renovação com relação a anos anteriores. A indicação de dez filmes na categoria principal, ao invés de cinco, o veto a apresentção de canções indicadas, já que não davam mais atenção a esta categoria mesmo e o recrutamento de dois hosts, que ficou sob a responsabilidade dos atores Alec Baldwin e Steve Martin, que ficava cansativa em várias partes da festa, mas não por culpa deles, já que parece que as piadas tinham que passar por regras da própria Academia (salva-se a paródia ao suspense
Atividade Paranormal). Enfim, um Oscar que apelou muito para o popular, com apresentadores do "cálibre" de Miley Cyrus, Taylor Lautner e Zac Efron para atrair os mais jovens e também com o sucesso
Avatar entre os indicados.
Mas nem tudo foram flores para um público que esperava um Oscar diferente, já que seguiu o clima de todas as cerimônias, a política em si. O queridíssimo da crítica americana
Guerra ao Terror confirmou-se o grande vencedor da noite, com seis prêmios, incluindo melhor filme e direção, para Kathryn Bigelow. Confesso que vibrei muito com a vitória dela, já que era há tempos que uma mulher não levava este prêmio, o que confirma muito bem a força feminina na indústria cinematográfica. È um feito muito notável, ou seja, foi um presente pelo Dia Internacional da Mulher.
No quesito atuações, Jeff Bridges leva o careca de Melhor Ator, por
Coração Louco. Sem palavras, já que posso dizer que devia um Oscar para ele faz um tempinho. Sandra Bullock foi a Melhor Atriz, por
Um Sonho Possível, que realmente entra para história por ganhar num mesmo fim de semana um Oscar e um Framboesa de Ouro, este último pela comédia
Maluca Paixão, previsto para lançamento direto em DVD no Brasil para março. Já os coadjuvantes foram o que todos esperavam: Christoph Waltz, por
Bastardos Inglórios. (único prêmio para a película de Quentin Tarantino) e Mo'Nique, por
Preciosa - Uma História de Esperança (que também levou Melhor Roteiro Adaptado, superando o favorito
Amor sem Escalas).
Nas categorias Filme de Animação e Filme Estrangeiro, os destaques ficaram por conta de
Up - Altas Aventuras, que leva também Melhor Trilha Sonora, com direito a um belo discurso do compositor Michael Giacchino e o argentino
O Segredo dos Seus Olhos, superando os favoritos
A Fita Branca e
O Profeta. Já
Avatar contenta-se com três prêmios técnicos (Efeitos Visuais, Direção de Arte e Fotografia).
Mais sobre a festa: a inovação de apresentar os indicados a Melhor Trilha Sonora com os temas sendo tocados de filme e se transformando em
Street Dance (corrigam-me se tiver errada) foi uma total decadência da categoria, muito sem graça em ter que cortar as apresentações musicais, mas não isso? Mas os destaques ficam por conta da homenagem ao diretor John Hughes, um dos melhores momentos da festa e do comediante Ben Stiller numa paródia a
Avatar, num momento em que quase estava fechando os olhos. Dizem as más línguas que Stiller seria cortado da cerimônia por conta das piadas em relação a ficção de James Cameron, junto com Sasha Baron Cohen, mas acabou somente com o último. Outro ponto descartável é a homenagem as produções de horror, que estava mais para um sonífero, ou uma cereja em cima do bolo sem gosto.
Sobre a transmissão, sem comentários, já que na TNT teve uns contratempos, como a ausência de imagem e som por alguns minutos, mas o resto, nem menciono. Concluindo: foi uma cerimônia que esperava-se mais, mesmo com poucos pontos positivos, onde muitos apaixonados por cinema esperam que um dia, a Academia renova, mas que conquiste o público em geral, não a política conservadora "a moda antiga". Mas isso só é em sonho, certo?