
Depois de uma bem sucedida temporada na Europa, onde nasceu filmes como Match Point e Vicky Cristina Barcelona, Woody Allen retorna a Nova York, sua cidade de origem, para rodar um roteiro que ficou por anos guardado na gaveta como enfeite, como disse o próprio. Tudo Pode Dar Certo tem os elementos que conhecemos nos filmes de Allen, e isso é um alívio.
Boris Yellnikoff (Larry David) é um sujeito que foi professor da Universidade de Columbia, quase foi indicado a um Prêmio Nobel de Física e atualmente dá aulas de xadrez para crianças. Há pouco tempo separado, ele mora em uma espelunca que é chamado de apartamento e tem algumas neuras e ataques de pânico, além de se considerar o único capaz de compreender o caos do mundo. Uma noite, ele depara-se com Melody St. Ann Celestine (Evan Rachel Wood), uma garota do interior que fugiu de casa e pede a Boris para ficar uns dias hospedada em sua casa.
Em Tudo Pode Dar Certo, os diálogos são muito bem trabalhados e encaixa-se com piadas com relação a assuntos sociais, como religião, homossexualismo e tendências suicidas, sem cair nas armadilhas presente em alguns filmes. O uso da narrativa, com o personagem Boris falando diretamente com a câmera cria uma intimidade entre público e produção. O elenco tem como destaque as presenças de Larry David, Evan Rachel Wood e Patricia Clarkson, esta última em ótimos momentos.
Tudo Pode Dar Certo é um típico filme de Woody Allen e mesmo que não seja tão sensacional como foi os novaiorquinos Manhattan e Noivo Neurótico, Noiva Nervosa. Mas sarcasmo e o sentimento de frustração visto em outros personagens construídos por Woody estão presentes aqui e oferecer ao Cinema uma neurose apaixonante.
Cotação: 8,5
Tudo Pode Dar Certo (Whatever Works, 2009)
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Larry David, Evan Rachel Wood, Patricia Clarkson, Ed Begley Jr., Michael McKean, Henry Cavill, Conleth Hill, Jessica Hecht, Samantha Bee.